A cinco dias do primeiro turno, o candidato à reeleição Nelson Marchezan (PSDB) dedicará 100% do tempo à campanha eleitoral. Nesta terça-feira (10) o prefeito tirou férias do cargo. Com o vice-prefeito, Gustavo Paim (PP), e o presidente da Câmara Municipal, Reginaldo Pujol (DEM), também dedicados às suas campanhas, Porto Alegre será governada nos próximos dias pelo procurador-geral do município, Carlos Eduardo da Silveira.
A manhã de Marchezan foi dedicada a duas entrevistas. Às 9h falou ao programa Gaúcha Atualidade. Mais tarde, foi sabatinado por 1h15min pelo site POA 24 Horas em uma live. Na saída, o candidato comentou rapidamente a polêmica do dia anterior, sobre o indeferimento do vice de José Fortunati (PTB) e a possível abertura de conversas entre PTB e Sebastião Melo (MDB):
— O partido do Fortunati usou de todas as ferramentas para me tirar da eleição no tapetão, agora o candidato dele foi tirado. E o partido do Melo, no mesmo dia que tirou outro da eleição, já está conversando com esse mesmo partido sobre uma troca de apoio. Ou seja: é o poder acima de tudo e isso não faz parte da minha campanha.
À tarde, a principal agenda foi uma visita à Unidade Básica de Saúde do Campo da Tuca, no bairro Vila João Pessoa. Ao chegar, o prefeito quis levar o encontro a uma praça próxima, mas foi desaconselhado. A UBS visitada é uma das que estão sendo geridas por entidades parceiras – no caso, a rede Divina Providência. Ao ouvir um elogio ao atendimento, o prefeito interveio:
— Se vocês acham que melhorou, tem que espalhar isso aí. Porque praticamente todos os outros candidatos estão prometendo o Imesf (Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família) de volta.
Houve dois convites para que o prefeito caminhasse até o arroio Moinho, onde há problemas de habitação e alagamentos, mas o prefeito recusou e pediu para remarcar a visita.
— Pessoal, primeiro tem a questão de agenda. E não vejo muito propósito de fazer isso sem levar alguém do Demhab junto para explicar. Não adianta eu ir lá e ficar quieto, ou ir lá e mentir que vou resolver se não tiver uma solução. Eu vim aqui pra falar a realidade.
Marchezan ainda seria questionado por líderes de religiões africanas sobre a concessão do Mercado Público. Segundo um deles, há uma resistência popular à candidatura do prefeito.
— Quantas pessoas você consegue reunir para o secretário de Parcerias Estratégicas explicar? Vamos marcar. Se não tivesse assegurado o direito de vocês no edital de concessão, eu mesmo seria contra – rebateu Marchezan.
A visita terminou logo depois. Perto de onde estava o prefeito, viaturas e um helicóptero circulavam e havia relatos de troca de tiros. Em seguida, o posto foi fechado temporariamente. Logo antes da saída, duas servidoras do Imesf reclamaram que estariam trabalhando há sete meses sem vale-refeição.