O capital político acumulado nos últimos anos e a possibilidade de se firmar como opção à polarização entre esquerda e direita são as apostas da candidatura de Marina Silva (Rede). Fora de cargos eletivos desde 2011, quando deixou o Senado, é criticada pela ausência de posicionamento frente a temas polêmicos.
Ainda assim, mantém índices competitivos em pesquisas de intenção de voto. No último levantamento do Datafolha, aparece atrás de Lula e Jair Bolsonaro. Em simulações de segundo turno, perderia para o primeiro, mas ficaria à frente do segundo.
Nas duas eleições presidenciais das quais participou, ficou em terceiro lugar, ampliando seu apoio em 2,5 milhões de votos entre 2010 e 2014. Mas, agora, correligionários admitem que não será uma tarefa fácil alcançar os 22,1 milhões de votos da eleição passada à Presidência.
O partido é novo, sem deputados federais eleitos em 2014, o que vai impactar na distribuição do fundo partidário. O tempo de TV também será pequeno: apenas 12 segundos.
Para contornar a situação, antigos aliados estão sendo procurados. O objetivo é repetir a dobradinha com o PSB.
– O PSB é uma das prioridades de diálogo – afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Cortejados por outros pré-candidatos, os socialistas não devem se posicionar até fevereiro – aguardam resposta do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa ao convite para concorrer.
O PPS seria o mais próximo de entendimento. A barreira é que, após a desistência de Luciano Huck, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) quer concorrer ao Planalto. O PV também está na lista de possíveis aliados.
Durante a campanha, a Rede deverá usar o mote do combate à corrupção como tema central. Marina e a sigla não foram citadas em nenhuma das delações envolvendo representantes de empreiteiras ou políticos investigados na Lava-Jato.