O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) não tem dúvidas de que irá concorrer à Presidência, só não sabe quais cores partidárias irá defender. A decisão terá de ser tomada até 7 de abril.
Ele aparece como segundo colocado nas pesquisas em todos os cenários em que Lula (PT) disputa. Quando o petista não é considerado, tem o melhor desempenho entre os demais nomes, só perdendo para Marina Silva (Rede) em simulações de segundo turno.
Bolsonaro diz que não deve fechar alianças com partidos grandes ou médios e afirma que escolherá boa parte de uma possível equipe ministerial antes das eleições. A primeira escolha foi pensada, justamente, para suprir uma carência frequentemente criticada por adversários – o economista Paulo Guedes seria o nome para o Ministério da Fazenda, reforçando ao mercado o discurso liberal.
Apesar da fala conservadora, nega o rótulo de extrema-direita. Capitão do Exército, defende o período da ditadura militar (1964-1985), opõe-se a partidos de esquerda e lembra que não tem casos de corrupção ligados ao seu nome, apesar de denúncias recentes sobre contratação de parentes na Câmara.
Deputado federal pelo Rio há 26 anos, Bolsonaro prometeu deixar o PSC rumo ao Patriota, mas desentendimentos com o presidente da sigla, Adilson Barroso, congelaram as conversas. Um dos destinos possíveis é o PSL. O presidente da legenda, Luciano Bivar, diz que foi procurado devido à proposta do partido de adoção de "imposto único" em substituição aos vários tributos praticados atualmente.
– Bolsonaro seria bem-vindo no partido, mas não tratamos sobre isso – desconversa Bivar, afirmando que uma nota em nome da sigla rechaçando a presença do pré-candidato não reflete a posição do PSL, mas de uma das células que formam a legenda.