
Apresentado como uma alternativa de esquerda, o ex-governador do Ceará e ex-ministro de Lula Ciro Gomes deve concorrer pela terceira vez ao Planalto – em 2002, recebeu 10,1 milhões de votos, na quarta colocação.
O PDT, atual partido de Ciro, evita comentar eventual aproximação com o PT, além de fazer críticas ao fato de a legenda estar se reaproximando do PMDB em diversos Estados, mesmo após o impeachment de Dilma Rousseff. Apesar disso, o pré-candidato já declarou que uma chapa dos sonhos seria formada por ele e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
Nos bastidores, caciques trabalhistas relatam a disposição em conversar com Marina Silva para possível aliança – sem ceder a cabeça de chapa. Na pesquisa mais recente, divulgada pelo Datafolha no início de dezembro, Ciro tem desempenho parecido com o de Geraldo Alckmin e abaixo do de Marina, embora estejam tecnicamente empatados.
A cúpula do PDT trabalha em estratégias para atrair eleitores de Lula para a candidatura de Ciro. Ainda assim, as articulações para um possível segundo turno já são avaliadas.
Em um cenário em que PT ou PDT avancem, há chance concreta de apoio. Quanto à busca de alianças, o principal alvo é o PSB – há conversas ainda com SD, PV, PRB, PPS e PC do B. A estratégia para tornar Ciro mais conhecido no eixo Sul-Sudeste do país passa por eventos em universidades e entidades de classe.
– Primeiro, vamos organizar nosso time. Estamos visitando o Brasil todo – diz o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
O estilo intempestivo de Ciro, que abusa de declarações fortes contra políticos e magistrados e, por vezes, comete gafes, não deverá atrapalhar a campanha, segundo análise de um pedetista gaúcho. Para ele, o candidato tem os atributos buscados pelo eleitor: ficha limpa, atitude e experiência.