A 10 meses da eleição, o cenário da corrida presidencial é incerto. O líder das pesquisas de intenção de votos não tem a presença garantida nas urnas, o governo segue na busca de um nome que possa lhe dar continuidade e o segundo colocado nos levantamentos ainda não sabe em qual partido irá concorrer.
A espera por um grande número de outsiders – candidatos de fora da política – se encaminha para a frustração. Até o momento, os partidos apostam em nomes com longa carreira pública.
Para muitos, a falta de previsibilidade lembra a disputa de 1989, quando 22 candidatos concorreram por voto direto após a redemocratização. Mas, segundo analistas, o ânimo do eleitor mudou 28 anos depois.
– Em 1989, havia um horizonte de futuro, de fim da ditadura, de redemocratização. Hoje, temos apenas interrogações – pontua o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas Marco Antônio Teixeira.
Abaixo, confira como está o cenário eleitoral no país para 2018:
Líder em todos os cenários das últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está com a situação incerta para 2018. Uma decisão que está nas mãos do TRF4, com sede em Porto Alegre, poderá dificultar a ambição do petista de voltar ao Palácio do Planalto – condenado em 1ª instância, aguarda julgamento do recurso, marcado para 24 de janeiro, cerca de nove meses antes das eleições. Leia mais
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) não tem dúvidas de que irá concorrer à Presidência. Só não sabe quais cores partidárias irá defender – a decisão terá de ser tomada até 7 de abril. Ele aparece como segundo colocado nas pesquisas em todos os cenários em que Lula disputa. Quando o petista não é considerado, tem o melhor desempenho entre os demais nomes, só perdendo para Marina Silva em simulações de segundo turno. Leia mais
A força do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como o principal líder do PSDB foi insistentemente testada em 2017 e continuará à prova em 2018. Aclamado como presidente nacional da sigla, tem a missão de pacificar o ninho tucano antes de colocar a campanha na rua. O embate envolvendo a permanência da legenda no governo de Michel Temer, ainda não superado, causou fissuras no partido. Leia mais
O capital político acumulado nos últimos anos e a possibilidade de se firmar como opção à polarização entre esquerda e direita é a aposta da candidatura de Marina Silva (Rede) – fora de cargos eletivos desde 2011. Mas, agora, correligionários admitem que não será uma tarefa fácil alcançar os 22,1 milhões de votos da eleição passada à Presidência e, para contornar a situação, antigos aliados estão sendo procurados. Leia mais
Apresentado como alternativa de esquerda, o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes deve concorrer pela terceira vez ao Planalto. O PDT, seu atual partido, evita comentar eventual aproximação com o PT, mas o pré-candidato já declarou que uma chapa dos sonhos seria formada por ele e o petista Fernando Haddad. Nos bastidores, trabalhistas também relatam a disposição em conversar com Marina Silva para uma possível aliança. Leia mais
O campo mais indefinido é o que vai agrupar as forças que hoje compõem a base aliada do governo Michel Temer (PMDB). Pelo menos quatro nomes tentam atrair partidos desse bloco – como PRB, PP e PSD. Além do próprio presidente da República, os nomes do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aparecem nessa esteira. Leia mais
Há quem corra por fora na tentativa de viabilizar candidaturas que representem uma alternativa aos nomes vistos nas últimas eleições. Em sua maioria, são políticos experientes – como a deputada estadual Manuela D'Ávila (PC do B) e o senador, Alvaro Dias (Pode, o antigo PTN).
A lista de presidenciáveis ainda contempla nomes como João Amoêdo (Novo), Paulo Rabello de Castro (PSC), Guilherme Boulos, além de dois nomes conhecidos dos eleitores nos últimos pleitos: José Maria Eymael (PSDC) e Levy Fidelix (PRTB). Leia mais