O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A Justiça Eleitoral absolveu o vereador eleito Gilvani Dall Oglio (Republicanos), o Gringo, da acusação de compra de votos durante as eleições em Porto Alegre. A decisão expedida nesta quinta-feira (21) é do juiz eleitoral Roberto Behrensdorf Gomes da Silva.
Em 14 de novembro, o Ministério Público emitiu parecer pela cassação do registro de candidatura de Gringo, que teria oferecido gasolina de graça para quem colocasse um adesivo da sua campanha no veículo. A denúncia foi feita por Klaus Schuch, que concorreu à Câmara da Capital pelo Novo.
No processo, Klaus apresentou vídeos gravados em um posto onde estaria sendo feita a distribuição do combustível. Conversas em grupos de WhatsApp de motoristas de aplicativos e motoboys, nos quais os participantes estariam divulgando a ação, também foram apresentadas.
Sobre o material, a defesa de Gringo argumentou que a doação de gasolina era, na verdade, organizada por um empresário responsável pelo aluguel de veículos para motoristas de aplicativos, que seria um "entusiasta" da campanha de Gringo. Além disso, o advogado Rafael Morgental Soares avaliou que "ninguém diz como o Gilvani teria participado disso".
"O fato é que nada faz certo que o candidato representado foi quem, de forma indireta, distribuiu gasolina para fins de captação de sufrágio, tampouco que autorizou ou anuiu com a prática da entrega de adesivos da campanha durante a ação", diz trecho da decisão do juiz eleitoral.
A defesa de Klaus, autora da ação, avalia se irá recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). Na avaliação do advogado Fernando Paim do Amaral, "não há dúvida quanto ao ocorrido, mas sim em relação à atribuição de responsabilidade ao candidato"
— Dada a natureza dos fatos, não surpreende a ausência de registros que comprovem a atuação direta do candidato na distribuição de gasolina. Contudo, entendo que, mesmo sem sua autorização explícita, é inegável que ele se beneficiou da ação promovida pelo empresário, que agiu de forma irresponsável. Apesar da sentença, acredito que o processo foi essencial para o esclarecimento dos fatos e espero que contribua para incentivar uma fiscalização mais rigorosa durante as eleições — declarou Amaral.