
A 10 meses do pleito, o campo mais indefinido da disputa pela Presidência da República em 2018 é o que vai agrupar as forças que hoje compõem a base aliada do governo Michel Temer (PMDB). Pelo menos quatro nomes tentam atrair partidos desse bloco, como PRB, PP e PSD.
O próprio presidente é um dos exemplos mais emblemáticos. Incentivado por um grupo de aliados a tentar permanecer no cargo, depende do comportamento da economia, a partir de uma série de reformas lideradas por ele, para melhorar seus índices de popularidade e dar fôlego a qualquer aspiração a partir de 2019.
– Ele está com a saúde ótima e os resultados vão aparecer. O presidente tem de aceitar o desafio – defende um parlamentar próximo a Temer.
A candidatura de Temer envolve uma polêmica jurídica. Ele estaria inelegível após ser condenado, em 2016, pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo por doações eleitorais acima do teto dois anos antes.
Um dos principais responsáveis pelas reformas do governo, o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixa clara sua intenção de concorrer, mas ainda luta contra a falta de apoio – de siglas e de eleitores. Seu partido, o PSD, está próximo de aliança com o PSDB. Por isso, é possível que migre para outra sigla, como DEM ou PMDB (de onde saiu em 2011).
Nessa esteira, aparece o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A projeção que obteve na votação das denúncias contra Temer e nas articulações pela reforma da Previdência faz seu partido sonhar com voos mais altos.
Inicialmente, o parlamentar deverá trabalhar por sua reeleição no mandato e no comando da Casa. Aliados de Maia turbinam seu nome e avaliam que será possível lançá-lo com pré-candidato em fevereiro. Nos últimos dias, admitiu que poderá ser um dos presidenciáveis do DEM. A sigla vem trabalhando para aumentar o número de deputados. Em 2014, elegeu 21. Até as eleições, deverá contar com cerca de 40.
– Nosso foco é o crescimento interno para que possamos sentar à mesa com os grandes partidos e discutir de igual para igual – diz o presidente nacional do DEM, José Agripino, lembrando que o atual prefeito de Salvador, ACM Neto, também seria um bom nome.