Dentro de campo, o Juventude enfrenta dificuldades para sair da zona do rebaixamento no Brasileirão. Fora das quatro linhas, o centroavante Nico Castillo é um grande dilema. Ele está recuperado clinicamente de lesão e apto fisicamente. No entanto, o chileno está abaixo no nível de intensidade exigido e isso impossibilita ele de atuar. Dificilmente, jogará nesta reta final da competição nacional.
O centroavante chegou ao clube no final de agosto. Antes de ser contratado pelo Verdão, seu último jogo oficial havia sido em 19 de janeiro de 2020. O jogador teve uma trombose na perna direita, que exigiu quatro cirurgias, e isso ocasionou um longo período sem atuar. Por isso, o Juventude calculou o risco e fez um contrato sem nenhuma penalidade para o clube.
Nas redes sociais, o torcedor do Juventude questiona o negócio e também atitudes do atleta. Sem jogar pelo Ju, Nico já foi fotografado jogando golfe e pádel.
— O risco é muito pequeno ao fazer esse tipo de aposta. A gente fez com o Eltinho, que ficou dois meses sem salário, sem nada, se preparando, porque tinha dúvida se poderia jogar e ele foi nosso capitão. Fizemos igual com o Cajá. Ele chegou com problema de joelho seríssimo. Criamos um programa de meritocracia. O risco é zero, não vai onerar o clube, não tem problema de rescisão. Está tudo programado. Fizemos tudo bem bolado e consciente. Foi um sucesso com o Eltinho, com o Cajá, com o Wagner, bateu no poste com o Carlos Eduardo, que nos ajudou no empate com o Figueirense, ponto importante para o acesso — comentou Osvaldo Pioner, vice-presidente de futebol do Juventude, que completou:
— Fizemos a mesma coisa com o Nico. Fisicamente e clinicamente, ele está 100%, mas quem teve uma lesão gravíssima, como ele teve, e as intensidades como estão os jogos, é complicado. Ele tem que jogar, ele sabe, nós sabemos. Ele veio para cá, porque tem que jogar, mas não tem como nessa intensidade. Ele não consegue ainda. Não sei se ele tem algum receio na perna, algum bloqueio, ou alguma coisa assim. Ele se interessa, se esforça, ele está pronto fisicamente e clinicamente, mas essa intensidade falta e não teremos tempo do jeito que estamos no campeonato.
Pioner garante, que caso seja feita uma rescisão entre as partes, não haverá custo ao Juventude, que, inclusive, terminará a temporada com superávit:
— Nada de onerar o clube. É uma situação muito parecida com outros jogadores, como o Eltinho, Wagner, Cajá, Carlos Eduardo. Esse detalhe, o torcedor pode ficar tranquilo. Mais uma vez, vamos terminar o nosso exercício com superávit. Não vamos deixar nenhum penduricalho para ninguém. Não está sendo pesado para o clube. Eu não vou detalhar mais, por respeito ao profissional.
De saída?
Sem tempo para Nico Castillo adquirir a intensidade necessária para atuar e ajudar o Juventude no Brasileirão, não está descartada uma possível saída do centroavante. Desde que chegou ao clube, o Verdão contou com ele em apenas 46 minutos na soma de duas partidas contra Cuiabá e Sport.
— Essa é uma movimentação (de saída) que precisa partir de lá, do América e dele. Nós estamos oferecendo tudo que combinamos. Só não estamos dando a minutagem que ele precisa. Essa é a única coisa que estamos falhando, mas justificadamente tem o motivo. Se o clube lá entender que é melhor voltar, ou ele entender assim, nós não vamos fazer nada para prejudicá-lo. A intenção dele e nossa foi ótima, mas se ele achar que faz bem voltar, nós vamos entender perfeitamente — comentou Pioner.
Nas últimas semanas, fotos de Nico Castillo jogando golfe e pádel foram compartilhadas por torcedores nas redes sociais. O Juventude tem conhecimento. Inclusive, o golfe é um dos seus hobbies preferidos desde o tempo de América, do México. Ele utilizou o esporte na sua reabilitação durante o ano passado.
—A gente sabe separar. Ele foi muito claro conosco. Ele gosta de jogar pádel, de jogar golfe. Ele não pega lista, por exemplo, tem um trabalho de um turno, com o profissional particular dele, depois tem o dia livre para repouso ou fazer o que ele achar melhor. Se ele vai fazer um esporte, não deixa de ser mais um trabalho físico, apesar de ser leve. É uma liberdade que ele tem. A gente sabe disso, ele nos comenta. Inclusive, nós aproximamos ele com alguns conselheiros que jogam golfe. Quando não pega lista para viagem e está de folga, é normal que ele vá fazer um passeio nas cidades vizinhas ou curtir alguma coisa. Na nossa agenda de trabalho, ele se doa o máximo. Não temos um detalhe para reclamar — finalizou Pioner.