A Força Aérea Brasileira (FAB) informou neste sábado (25) que uma aeronave KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte, foi mobilizada para transportar as pessoas deportadas dos Estados Unidos, que agora aguardam término do translado em Manaus (AM), antes de realizarem o trajeto final até Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG).
Inicialmente, a parada em Manaus seria apenas uma conexão durante a viagem, que terminaria em Belo Horizonte. Entretanto, o voo para a capital mineira foi cancelado em razão de falhas na aeronave, e a FAB foi solicitada para finalizar o trajeto.
O avião partiu de Manaus à tarde, com previsão de chegada a Belo Horizonte às 21h. A FAB afirmou que disponibilizará também profissionais de saúde para acompanhamento dos deportados, durante o trajeto até o destino final.
São 158 pessoas a bordo da aeronave, sendo 88 delas imigrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos. O voo de deportação para o Brasil, embora seja o primeiro desde que Donald Trump assumiu impondo políticas mais rígidas contra imigração, é parte de um processo que vinha correndo antes da posse do republicano, durante a administração Joe Biden.
Questão de soberania
Conforme informações do blog da jornalista Andréia Sadi no g1, a utilização da aeronave da FAB foi solicitada ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Também foi determinada a retirada de correntes e algemas em brasileiros deportados.
Segundo nota divulgada pelo ministério, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a situação como uma "questão de soberania". No território brasileiro, os deportados são pessoas livres.
As deportações só ocorrem quando o caso é inapelável, ou seja, quando não cabe mais recurso para o imigrante. Por isso, o entendimento dentro do governo brasileiro é que o voo não tem qualquer relação com a troca de comando na Casa Branca.
Espera em Manaus
Durante a inesperada espera na capital amazonense, deportados brasileiros receberam atendimento médico, alimentação e água. Também foram oferecidos colchões para que as pessoas pudessem descansar.
Ao g1, a secretária estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Jussara Pedrosa, afirmou que a principal demanda dos passageiros é o atendimento digno.
O Corpo de Bombeiros do Amazonas também prestou apoio durante a operação, com serviços de enfermagem.
— Alguns passageiros já possuem algumas patologias e precisam de acompanhamento do uso de medicação, então estamos identificando esses pacientes para que eles possam receber assistência — disse o tenente Éverton Augusto ao portal de notícias.