Deivid Alan Machado Poncio, 18 anos, é natural de Ametista do Sul, mas cresceu em Quaraí, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Ele atua como lateral-direito e zagueiro e é mais um personagem da série "De olho na base". O jovem está na equipe que disputa o Campeonato Brasileiro de Aspirantes e está no Juventude desde 2016.
O começo no futebol foi cedo. Ainda quando criança ingressou numa escolinha na sua cidade. Também passou por equipes no Uruguai.
— Comecei na escolinha Rubén Paz. Depois eu engatei alguns anos no futebol uruguaio, joguei numa escolinha que tinha no Uruguai e foi bem difícil, porque eu sempre fui muito tímido. Então, para me adaptar aos lugares era meio complicado, mas com o tempo eu fui me soltando um pouco mais e cheguei a jogar no Peñarol também muito novo. No início, foi assim. Com sete anos, acho que eu já estava jogando nas escolinhas, mas sem muita pretensão de ser profissional um dia. Eu jogava porque eu gostava mesmo e foi ali que eu fui crescendo, desde os sete anos. Também tinha muito da minha família que gosta muito de futebol — relembrou Deivid.
Nesta trajetória, ainda curta pela idade, Deivid já enfrentou dificuldades. A principal é a distância para a família. A saudade é grande. Porém, dentro de campo também enfrentou uma grave lesão de ligamento cruzado anterior. Foram 10 meses sem poder jogar futebol. O retorno acontece durante o Brasileirão de Aspirantes, na vitória por 1 a 0 diante do Fluminense, no Rio de Janeiro, no dia 5 de dezembro.
— Ficar longe dos meus pais era muito complicado, porque Caxias do Sul é muito longe de Quaraí. Então, eu não podia vê-los com frequência. Era uma vez ou duas por mês, no máximo. E agora, recentemente, que só fica atrás da saudades, acho que é a segunda maior dificuldade da minha vida, da minha carreira, foi minha lesão. Dá até para dizer que fica junto com a saudade, porque foi muito difícil. Eu acho que foi a maior dificuldade da minha vida, porque a gente está ali no meio do esporte, sabe que pode acontecer, mas nunca espera. Sinceramente, foi algo que me marcou muito — contou Deivid.
Em meio às dificuldades, o zagueiro e lateral-direito ainda sonha em se tornar um jogador profissional reconhecido como suas referências no esporte, como Sergio Ramos, do Real Madrid. E, claro, a família. A mãe é Liciane e o pai Nadir são espelhos e ídolos.
— Sem dúvida nenhuma são meus pais, minha família, que sempre trabalharam muito, tiveram que dar duro para ter as coisas. Eles sempre tentaram me passar que os valores da vida não são bens materiais e sim que a humildade é a essência da gente. Então, sem dúvida, meus ídolos são meu pai e minha mãe. Carrego no peito o nome deles, porque são tudo para mim. Estou aqui por eles. Gosto muito do que eu faço, mas estou aqui, principalmente, por eles —disse o jogador.
Deivid chegou ao Juventude aos 14 anos, em 2016. Ele chegou ao clube após um teste, que inicialmente era só para um amigo chamado Cauã Pacífico. Deivid iria só acompanhar, para não deixar o amigo ficar sozinho em Caxias. Porém, tudo mudou.
— Eu vim com ele para acompanhar, para o Cauã não ficar sozinho aqui em Caxias. Aí o dono da nossa escolinha, da Rubén Paz, o Bozó — inclusive sou muito grato a ele, porque ele me trouxe —, me convidou para vir junto. Foi meio que por vir e eu acabei ficando, acabou dando certo e foi assim, mais na sorte mesmo — disse Deivid, que destaca sua técnica, velocidade e marcação:
— Eu acho que sou um jogador muito técnico, muito veloz também. Sou muito bom na marcação. Sou inteligente para jogar também, os treinadores gostam de mim taticamente porque eu sou um cara que entende muito bem o jogo, tenho leitura de jogo muito boa e eu acho que é isso: velocidade, qualidade na saída de jogo. Sou um zagueiro que gosta de jogar muito, um lateral que gosta de apoiar, marco para caramba, e tenho jogo aéreo bom também.
Seleção
Deivid já defendeu a seleção brasileira de base em 2017. Sua primeira convocação foi em junho daquele ano para treinamentos com o time que iria disputar o Sul-Americano na Argentina. Em novembro do mesmo ano, também foi chamado e participou de uma competição nos Estados Unidos.
Na época, o técnico da seleção era Guilherme Dalla Déa. A equipe tinha vários jogadores conhecidos como Gabriel Veron (Palmeiras), Peglow (Inter), Lucas Callegari (Fluminense), Sandry (Santos), Praxedes (Inter) e Lázaro (Flamengo).
— Foi uma experiência muito incrível. A estrutura, tudo. E outra que foi a primeira vez que eu saí do país, para jogar e tal. Então, para mim, foi uma experiência. Nunca tinha vivido aquilo ali. Até porque, nem se compara a estrutura do Juventude com a da Seleção. Foi muito bacana, saí campeão. A gente saiu campeão da Copa Nike Friendlies e, enfim, foi o melhor ano da minha vida. Acho que 2017 foi o ano que muita coisa boa aconteceu para mim. Assim, pessoalmente e profissionalmente foi um ano maravilhoso — lembrou.
Brasileirão de Aspirantes
Mesmo com somente 18 anos, recém retornando de uma grave lesão, Deivid faz parte do elenco da equipe sub-23 que disputa o Brasileirão de Aspirantes. Uma grande chance para o jovem zagueiro e lateral.
— Acho que essa oportunidade no sub-23 é aquela que todo menino da minha idade tem. É meu primeiro ano de sub-20 e já engatar no sub-23, voltando de lesão, para mim é uma oportunidade única. Eu falo bastante com os meus colegas e, para mim, também é muito especial porque eu estou convivendo com atletas que já rodaram no profissional, têm bagagem. Então, é oportunidade única para mim. Sinceramente, eu almejo sempre estar jogando — finalizou.
FICHA:
Nome: Deivid Alan Machado Poncio
Idade: 18 anos
Posição: lateral-direito e zagueiro
Características: bom passe, velocidade, marcação, bola área boa e boa leitura de jogo.
Cidade natal: Ametista do Sul
Chegou no Ju quando: 2016
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