Familiares e amigos prestam neste final de semana as últimas homenagens a dona Lorita Sanvitto Andreazza, falecida no último domingo (6) – a pianista e professora de música tinha 92 anos e sofreu uma parada cardiorrespiratória. As missas de sétimo dia ocorrem no sábado (12), às 18h na Catedral Diocesana, e no domingo (13), também às 18h, com transmissão pelo canal do Lar da Velhice São Francisco de Assis no youtube.
Nascida em 1929, Lorita era a filha mais velha do casal Guerino Sanvitto e Therezinha Pauletti Sanvitto, os idealizadores do famoso casarão rosa da Av. Júlio de Castilhos, 1.989, onde hoje situa-se o Colavoro Sanvitto. Irmã do advogado e ex-presidente do Esporte Clube Juventude Willy Sanvitto, do médico Luiz Carlos Sanvitto e da pequena Lorena (falecida ainda criança, em 1946), ela residiu no palacete até 1960, quando casou com o médico oftalmologista Ely Andreazza, filho do comerciante Luiz Andreazza.
Música desde sempre
Dona Lorita iniciou no aprendizado de piano clássico aos quatro anos, sob os ensinamentos da professora Lola Giesen. Aos sete, ganhou o primeiro piano, chegado a Caxias de trem, por encomenda do pai, em 1937. Aluna também das renomadas pianistas Cleufe Andreazza e Dyna Braghirolli, a jovem realizou suas primeiras apresentações públicas em 1947, no Clube Juvenil. Foi onde acompanhou, a partir de 1949, a antiga Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul, então comandada pelo maestro João Cosner.
Já a partir dos anos 1950, foi professora de dezenas de alunas da cidade, recebendo elogios e convites da lendária pianista Magdalena Tagliaferro (1893-1986) para tocar em São Paulo. São dessa fase os registros mais abaixo, com Lorita ao piano durante uma apresentação no Clube Juvenil, em 1947, e com os integrantes da orquestra, no final dos anos 1940.
Filantropia
Todo o apreço e dedicação à música eram divididos com uma postura filantrópica e discreta. Dona Lorita auxiliava diversas igrejas e entidades assistenciais de Caxias, como o Lar da Velhice São Francisco de Assis, as Carmelitas, a Liga Feminina de Combate ao Câncer e a Pastoral de Apoio ao Toxicômano Nova Aurora.
Conforme a família, Lorita e os irmãos doaram o terreno onde foi construída a Igreja da Ressurreição, no bairro Mariani. Ela também costumava contribuir com as ações desenvolvidas pelo padre Enio Tarasconi (Pio X) e pelo frei Jaime Bettega (Capuchinhos).
Viúva de Ely Andreazza desde 2012, dona Lorita deixa as filhas Fernanda, Gisele e Graziela, além de sete netos – a filha Isadora Sanvitto Andreazza Demore faleceu em 2002.
— O maior mérito da minha mãe foi nos ensinar a união. Ela era uma agregadora e se dedicou a vida inteira a isso — resume a filha Fernanda Sanvitto Andreazza.
O Colavoro Sanvitto
A abertura do coworking Colavoro Sanvitto, em 2019, também resgatou parte da história da família Sanvitto e do famoso palacete rosa da Av. Júlio de Castilhos. Em suas paredes, vários painéis reproduzem fotos das décadas de 1950 e 1960, época em que Lorita residiu lá com os pais e irmãos.
Nas fotos acima, dois registros do ensaio de casamento realizado no casarão, em 1960. As imagens, feitas pelo fotógrafo e amigo da família Mauro De Blanco, destacam o casal Lorita e Ely junto a um dos símbolos arquitetônicos do prédio: a belíssima escadaria entalhada, hoje também possível de ser visitada pelos frequentadores do espaço.