Para os saudosistas, percorrer a Avenida Júlio de Castilhos não tem mais o charme e o encanto de outros tempos. Boa parte desse desencanto se deve ao fato de que prédios históricos foram cedendo espaço para os arranha-céus de uma Caxias cada dia mais metrópole e menos Pérola das Colônias.
Entre os raros expoentes de uma arquitetura ainda com traços originais, não só externos, mas sobretudo internamente, é a casa rosada, entre as ruas Garibaldi e Visconde de Pelotas. O palacete da família Sanvitto, concebido nos anos 40, deixa de ser um espaço residencial a partir do dia 5 de julho, e passa a ser conhecido como Colavoro Sanvitto.
Em resumo o Colavoro é a adaptação, com tempero italiano, para o termo coworking, do inglês. No empreendimento da família Sanvitto, sai o working (trabalho) e entra o lavoro. Mas o conceito de espaços compartilhados, uma tendência dos novos tempos, é o mesmo.
— É um negócio da moda, hoje são mais de 1.400 espaços no Brasil. Há vários modelos, desde os temáticos, direcionados para uma ou duas profissões específicas, e outras ideias mais modernas e coloridas, que tem até escorregadores. Nesse sentido, nossa proposta é mais conservadora. Até para seguir uma linha de identidade com a casa fizemos um ambiente mais sóbrio — explica Ítalo Zeni Filho, gestor do empreendimento.
Para se ter uma ideia do custo de um espaço como este, Ítalo propõe o seguinte raciocínio.
— Se tu vai comprar uma sala comercial, precisa planejar um investimento inicial, e também investir em mobílias e equipamentos tecnológicos, além de prever o pagamento de impostos e condomínio. Com menos de R$ 500 por mês, tu podes ter um espaço no Colavoro, com luz, ar condicionado, internet de alta velocidade, limpeza, recepção e, ainda, trabalhar em um lugar bacana e descolado — argumenta.
O Colavoro Sanvitto é um espaço multiuso, com estações individuais em um ambiente compartilhado, mas também oferece salas pequenas para três a quatro pessoas, um auditório para 25 pessoas, ou ainda, um ambiente informal e mais despojado, com sofás e poltronas.
No subsolo, há um outro ambiente do Colavoro, que vai despertar muito interesse, não apenas para quem está a trabalhar, mas para quem deseja almoçar ou tomar um café ou chá no meio da tarde, em um espaço agradável para esquecer que está na zona urbana de Caxias.
— Dentro do Colavoro Sanvitto, temos ainda uma área de convivência com a grife Amada Cozinha, com alimentos de primeiríssima qualidade e ingredientes frescos. Quem estiver no Colavoro poderá trabalhar nesse ambiente, sentado em poltronas — sugere Ítalo.
No segundo andar, há três salas nobres que podem vir a receber pequenos coquetéis, solenidades mais intimistas como um casamento civil ou ainda exposições de arte, como a que ocorrerá no dia 10, quando serão colocadas à mostra pinturas do artista plástico Júlio Andreazza. A mostra encerra a série sobre natureza-morta, idealizada pelo grupo Conhecendo Arte.
Projeto arquitetônico
Prédio da família Sanvitto foi projetado pelo arquiteto Vitorino Zani (1900-1960), conhecido por idealizar a Igreja São Pelegrino. O Colavoro Sanvitto é um espaço colaborativo, que disponibiliza no subsolo um restaurante/bistrô, e contempla ainda uma área para eventos e exposições culturais.
AGENDE-SE
O quê: Colavoro Sanvitto
Quando: aberto ao público a partir do dia 5 de julho
Onde: Avenida Júlio de Castilhos, 1.989 - Caxias
Horários de funcionamento: Colavoro (de segunda a sexta, das 9h às 18h15min) e Amanda Cozinha (segunda a sexta, das 10h às 19h e sábados, das 10h às 15h30min)
Informações: (54) 99108.3414 ou www.colavoro.com.br