Contrariando as estimativas pessimistas, a safra do pinhão se mostra acima do esperado e já é possível ver os reflexos no preços, que seguem a média de anos anteriores.
Segundo a Emater, o Rio Grande do Sul deve ter de 500 a 650 toneladas da semente em 2024 — 50% a menos do esperado para anos considerados normais (de 1 mil a 1,2 mil tonelada), mas ainda acima da estimativa anterior, que previa apenas 200 toneladas da iguaria. O motivo para a não-confirmação foi a produção significativa da semente em regiões como a Serra e Campos de Cima da Serra.
— Houve uma variação no estado. Enquanto a Região Norte teve uma quebra significativa de produção, alguns municípios da Serra e Campos de Cima da Serra tiveram aumento na produção em comparação a anos anteriores, o que elevou a oferta — explica o engenheiro florestal e assistente técnico da Emater, Antônio Borba.
Segundo Borba, outro fator é a venda de pinhão que vem de Santa Catarina e do Paraná. Além disso, a diminuição da procura e venda do produto na beira das estradas, por causa das chuvas e bloqueios nas rodovias, também força a diminuição do preço.
O momento de maior volume da produção é entre maio e junho, quando há a colheita do pinhão de ciclo médio. Com maior disponibilidade da iguaria no mercado, o preço reduz e, em alguns casos, pode ser encontrado até mais barato que no ano passado.
Preços do pinhão em Passo Fundo
Em uma pesquisa de GZH nos mercados de Passo Fundo, foi possível encontrar pinhão por preços que variavam de R$ 8 a R$ 11 por quilo. No ano passado, o valor cobrado no início da safra variava entre R$ 10 a R$ 12/kg, subindo até R$ 15/kg no fim da período.
Borba, contudo, alerta que o produto pode encarecer na região depois de junho: a quebra de safra no norte gaúcho pode tornar o produto escasso, o que tende a inflar os preços. Até que isso não acontece, a população aproveita a iguaria popular no inverno do sul brasileiro.
— No ano passado a gente tinha que comer menos, agora já tá dando pra comer todo dia. Ainda mais com esse friozinho, né? Um pinhão não pode faltar — comemorou a copeira hospitalar Patrícia dos Santos.