Criminosos radicados no Paraguai, cansados dos riscos do contrabando, têm optado por estratégia engenhosa. Eles enviam empregados e técnicos de confiança para o Brasil e montam fábricas de cigarro clandestinas, abastecidas com fumo brasileiro e tocadas por trabalhadores paraguaios, em regime análogo ao de escravos.
É o que comprovou o Grupo de Investigação da RBS (GDI), em três meses de apuração. Repórteres se passaram por interessados em montar indústrias fumageiras de marcas paraguaias (as tabacaleras), as mais baratas e consumidas em território brasileiro. As negociações, não concluídas na prática, foram gravadas e mostram que os criminosos decidiram eliminar a etapa mais perigosa do empreendimento, a passagem do produto proibido pela fronteira. Continua sendo um delito porque não pagam imposto, falsificam marcas e mantêm cativos os empregados. O material foi veiculado no Fantástico, apresentado pela RBS TV na noite deste domingo (2).
O cigarro clandestino do Paraguai traz prejuízos ao Brasil há tempos. Em 2017, o país amargou R$ 4,5 bilhões de evasão tributária somente com a venda de marcas contrabandeadas.
A grande novidade é um aperfeiçoamento: em vez de contrabandear, montam o negócio ilegal em território brasileiro. Entre 2012 e 2018, 15 indústrias de cigarros com marcas paraguaias foram descobertas pelas polícias Civil e Federal no país – sendo quatro no Rio Grande do Sul.
A mais recente ocorreu por acaso, em Montenegro, em dezembro, e que deu início à investigação do GDI. Policiais civis liderados pelo delegado Paulo Costa foram verificar se havia carros roubados em uma fazenda em meio a um bosque de acácia. Em busca autorizada pela Justiça, os agentes depararam com 13 paraguaios acampados em um galpão. Eles trabalhavam numa indústria clandestina de cigarro, em longas jornadas, comendo e dormindo no chão. O delegado considera que faziam trabalho análogo ao de escravos, porque tinham a liberdade restringida.
A Receita Federal retirou cinco carretas de cigarros e máquinas do local, além de veículos. A ação resultou em prejuízo para a quadrilha de R$ 50 milhões, calcula Costa. A fábrica clandestina produzia 1,2 mil cigarros por minuto, cerca de 2,6 milhões de maços de cigarro ao mês – 10% do que produz uma das mais modernas fábricas da Souza Cruz, em Uberlândia (MG). Ao preço de R$ 3 por maço, a estimativa é de que no mês de funcionamento gerou R$ 7,8 milhões, de forma ilegal, aos criminosos.
Foi a partir de uma caderneta apreendida pela polícia na fábrica que o GDI conseguiu montar parte do quebra-cabeças da indústria pirata do cigarro. Os repórteres entraram em contato com vendedores de fumo, intermediários, fabricantes e contrabandistas. Nenhum deles sabia que falava com jornalistas.
Por que fizemos esta matéria?
Desde 2012, 15 fábricas clandestinas de cigarros, montadas por paraguaios, foram descobertas e desativadas pelas polícias Federal ou Civil no RS e em várias partes do Brasil. Esse dado, pouco explorado, chamou a atenção do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que dedicou cerca de três meses a tentar entender e desvendar de que forma se monta uma indústria ilegal no país, com tecnologia e mão de obra paraguaias. O objetivo da reportagem foi expor os prejuízos sociais (trabalhadores paraguaios atuam em condições análogas à escravidão) e econômicos que esse tipo de ação provoca ao país.
Como apuramos esta matéria?
Os repórteres Fábio Almeida e Humberto Trezzi tiveram acesso a uma agenda de contatos deixada numa indústria clandestina em Montenegro e que foi apreendida pela Polícia Civil durante uma operação em dezembro. Por meio desses contatos, os repórteres identificaram quem está por trás desse mecanismo. Se passando por empresários interessados em instalar fábricas, tiveram encontros com intermediários desse esquema ilegal, com empresários de fumo e de maquinários e com aliciadores de mão de obra.
Quais os cuidados que tomamos?
Todas as conversas dos repórteres com os integrantes do esquema clandestino foram gravadas com microcâmeras. Após a conclusão da apuração, os repórteres entraram novamente em contato com essas pessoas e se identificaram como repórteres da RBS TV e GaúchaZH e ofereceram a eles uma espaço para contraponto.
Capítulo 1: "O que vocês quiserem, a gente faz"
O primeiro contatado pelo GDI foi Tales Ellwanger, vendedor de fumo industrializado de Candelária. Os nomes dele, da empresa que gerencia, a Botucaraí Fumos, e do patrão dele, Sérgio Lawall, constam na caderneta apreendida na fábrica clandestina de Montenegro – um possível sinal de que ele pode ser fornecedor do fumo usado nos cigarros da marca 51 fabricados na indústria ilegal. Os repórteres se apresentam como conhecidos de um paraguaio que gostaria de montar uma fábrica.
Sem saber que falava com jornalistas, Ellwanger mostra a fábrica e se prontifica a fornecer matéria-prima. O repórter pergunta se poderia entregar tabaco para cigarros paraguaios das marcas Bill e Blitz, que só chegam contrabandeados.
— Sem problemas. Tem nota a tua empresa? Fumo picado só se vende para empresa.
A resposta é não, mas ele confirma que, mesmo assim, fornecerá.
— Teu chefe tem de vir conversar, te dou tudo desembaraçado. Tu só entra com caminhão. Tem fumo de R$ 11, R$ 12, R$ 13 o quilo.
— Dinheiro e fechou? Não preciso me preocupar com nota?
— O que quiserem, a gente faz.
Em um segundo encontro, no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Ellwanger se mostra desconfiado. Afirma que o patrão não conhece o suposto investidor:
– Tô invocado. Perguntei no Paraguai, também não conhecem...
Com um pouco mais de conversa, Ellwanger aceita o negócio e detalha como sua indústria examina o blend (mistura de nicotina, açúcar e outros produtos no fumo) para conseguir imitar o cigarro paraguaio com perfeição. Ele pergunta como está a perspectiva de acerto. O repórter questiona se ele teria como providenciar 60 caixas de fumo tipo Bill. O vendedor afirma que, tendo os teores, consegue tudo. Ele ainda recomenda ao repórter que use dois celulares: “Um pra falar com o patrão e outro pra falar com os araçás (empregados)”. Ele diz que isso é para evitar episódios como o de Montenegro.
Na sexta-feira (31), a Polícia Civil realizou busca e apreensão na Fumos Botucaraí. Foram apreendidos R$ 40 mil sem procedência e três armas. Um segurança foi preso em flagrante, por porte ilegal de arma. O inquérito vai investigar uso de insumos para fabricação de cigarros ilegais.
Capítulo 2: "É só ligar na tomada e trabalhar"
Feito o contato para fornecer a matéria-prima (fumo), a reportagem procura alguém que intermedeie a instalação de uma fábrica de cigarros. A escolha recai sobre um receptador de Vera Cruz, Cássio Joel de Lara, o Faísca. Ele já foi preso por receptação de contrabando (os inquéritos estão em andamento). Os repórteres se mostram interessados em investir e perguntam se ele é capaz de conseguir cigarros paraguaios por R$ 500 a caixa (a informação é de que até agora foi obtido por R$ 800).
Sem saber que fala com jornalistas, Lara manda fotos das máquinas, que estariam disponíveis em São Paulo. E ensina os passos para montar um “buraco”, que é a indústria fumageira clandestina:
— Com conhecimento que tenho, consigo. Não quero aparecer. Tem pessoal que tem maquinário na fronteira e faz para ti. Tu paga R$ 1,2 milhão pelo maquinário. Eles fazem, têm mecânico, têm eletrônico que entende do assunto. Vão te deixar pronta a máquina, só ligar na tomada e trabalhar. Aí consegue cigarro a R$ 350.
Você não sabe o quanto sinto não ir nesse lugar, sei que a gente vai ganhar dinheiro, vocês vão. Mas já sou mais velho.
SILVIO
Intermediador na montagem e contratação de mão de obra
Lara diz que o primeiro passo é encomendar o maquinário:
— Digo quem tem, mas não me envolvo, nada ilegal. Para botar montadinho na tua mão, R$ 1,5 milhão. Fabricam 51 (marca de cigarro paraguaio), que vende muito na fronteira.
O repórter pergunta se tem paraguaio que trabalhe com a máquina. Lara responde que sim:
– Precisa de uns quatro ou cinco para operar, no Brasil é difícil. Eles vêm do Paraguai. Na miséria que é aquilo lá, eles vêm. Tem de ter logística, casa para os caras, chuveiro.
O repórter pergunta quando teria máquinas e trabalhadores:
— Pacote fechado, uns 60 dias para montar. A mão de obra tem de ser do Paraguai, são pessoas que entendem, alguns aposentados (de empresas do setor), não conheço pessoalmente. Primeiro, tu compra o maquinário, eles vão montar. Mão de obra vem do Paraguai, operário para tocar fumo. Sempre tem paraguaio, eles é que entendem. Aquela fábrica de Cachoeira do Sul (descoberta em 2017) tinha paraguaio. Vêm de Hernandarias. O que eles ganham lá? Oitocentos pila (reais)? Não te preocupa com gente, te preocupa com dinheiro para tocar o negócio — recomenda.
O repórter questiona o intermediário se é rápido para trazer mão de obra e quanto custa.
– Eles vêm de carro, vêm de avião. Nunca paguei, mas devem receber de R$ 4 mil a R$ 5 mil.
Um dos paraguaios que atuava na fábrica clandestina em Montenegro nega ter recebido R$ 5 mil e afirma que pagavam R$ 2 mil. Ele é morador de Hernandarias, cidade próxima a Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil. Jogador de futebol, estava desempregado e resolveu aceitar serviço porque no Paraguai não há trabalho, justifica.
Ele diz que foi convidado por um amigo para trabalhar no Brasil. Só quando chegou descobriu que eram 12 horas por dia, 25 dias por mês. Acabou detido e deportado. Não será processado porque a polícia entendeu que foi vítima de trabalho análogo ao de escravos.
Capítulo 3: "Retira o celular e bota uma venda no pessoal"
Por intermédio de Cássio Joel de Lara, o GDI fez contato com dois fabricantes de cigarros piratas que atuam no Paraguai, Sílvio (que oculta seu sobrenome) e Marcos Antônio da Silva, o Marcos Feio. Ambos são “coiotes”, recrutando mão de obra para os “buracos”, as fábricas clandestinas. Sílvio mora em Assunção. Saiu há 17 anos de uma fumageira no Nordeste e se estabeleceu em uma empresa paraguaia que faz falsificações. Sem saber que fala com repórteres, faz recomendações:
– Você que vai entrar neste negócio, presta atenção: retira de todo o mundo o celular. Dez quilômetros antes, ninguém pode ficar com celular, tira o celular. E bota uma venda no pessoal, para que eles não saibam o lugar. A gente não pode confiar em ninguém. São boas pessoas? São. Mas é questão de segurança. Reviste mochila, reviste tudo. Sei que é chato revistar pessoas, mas falo isso porque já cheguei em lugares e quase me f***. O pessoal entregava o celular, mas deixava outro na mochila. O meu telefone paraguaio não funciona no Brasil. Os paraguaios resolveram isso: compram chip brasileiro. Mas, às vezes, são burros. Uma vez, escutei o barulho no alojamento, entrei gritando, perguntei do telefone, mentiram.
Aí joguei tudo, esvaziei as mochilas. Achei o telefone e esmaguei no chão. O cara tava falando da produção, das tantas mil caixas que tinha.
Sílvio diz para os repórteres (que se mostram interessados na fábrica clandestina) falarem com Marcos Feio para conseguir um bloqueador de celular no dormitório e outro na fábrica.
E, também, instalar câmeras em posições de chegada de gente.
– A segurança é o máximo, tanto a nossa quanto a do patrão. Você também: procure circular o mínimo no local. Bote responsável de sua confiança, veja o que está faltando, pergunte se tem comida e material. O seu contato vai ser o Marcos, ele vai controlar. Qualquer coisa ele liga para mim. Você não sabe o quanto sinto não ir nesse lugar, sei que a gente vai ganhar dinheiro, vocês vão. Mas já sou mais velho, oriento ele – explicou.
Capítulo 4: “R$ 4 mil a técnicos e R$ 3 mil aos operadores”
Indicado por Sílvio, o GDI entra então em contato com o arregimentador de trabalhadores clandestinos Marcos Antônio da Silva, conhecido como Marcos Feio ou Ninja, outro brasileiro radicado no Paraguai. Ele se apresenta como eletricista especializado em máquinas cigarreiras, pernambucano e há 19 anos em território paraguaio:
— Tenho um pessoal completo aqui, se você quiser. Tem de me dizer se quer rodar dois turnos ou um turno. Tenho as pessoas em Ciudad del Este. Vou estar lá nesta quinta, posso passar em Foz (do Iguaçu) para te encontrar. Aí você me diz as máquinas que você tem e digo quantas pessoas você vai precisar.
O GDI diz que Cássio Joel de Lara sabe detalhes do equipamento, combina um encontro com Marcos Feio e pergunta quanto custaria a equipe de empregados que trabalham com o maquinário.
— O que o pessoal tá pagando aqui é R$ 4 mil para os técnicos, R$ 3 mil para os operadores, e para os ajudantes pode pagar R$ 2 mil. Mas é melhor detalhar pessoalmente, porque sigilo é tudo nesse negócio.
O GDI vai a Ciudad del Este (Paraguai) e Foz do Iguaçu (PR), onde encontra Marcos Feio. O diálogo acontece em uma avenida, do lado brasileiro da fronteira. O repórter diz que as máquinas de cigarro demorarão a chegar, mas insiste em detalhes sobre como levar pessoal para montar a indústria no Rio Grande do Sul.
Marcos relata que uma primeira equipe iria para montar as máquinas e testá-las. Só depois seguirão os operários, porque levar todos de uma vez seria arriscado. O esquadrão precursor prometido por ele tem duas turmas de dois mecânicos e um operador. Além deles, um eletricista e um ajudante, no total de oito pessoas na primeira viagem.
— Para montagem e afinação da máquina, leva uns 20 dias. Tem de botar tubulação de ar comprimido, gerador. Não pode ter vizinhança, senão desconfiam. Imagina, entra caminhão, sai caminhão. Depois de montado, qualquer movimento suspeito, uma patrulha da PM que passa, recolhe todo mundo e sai do lugar – ensina Marcos.
Uma segunda turma de 20 pessoas, destinada a tocar o cotidiano da fábrica, vem depois. Eles ficam trabalhando no local de 25 a 30 dias.
É fumo barato, sem chocolate, sem luxo. O fumo para o Bill e para o Blitz é o mesmo. Vamos negociar. Vamos fazer vocês muito felizes e ficaremos muito felizes. Sem BO.
MARCOS ANTÔNIO DA SILVA, O MARCOS FEIO
Intermediador na montagem e contratação de mão de obra
– Aí o cara vai para casa, passa uns 10 dias e volta para mais 30 dias no buraco.
Marcos informa que o apelido das tabacaleras clandestinas é “buraco” porque funcionam em lugares escondidos ou “BO”, referência à boletim de ocorrência, já que os fabricantes, quando surpreendidos, vão para a cadeia.
— Tem de ter uma logística que permita pegar as coisas e correr. Sei disso porque já corri muito da polícia. Ter um bloqueador de sinal é bom, evita o rastreamento das cargas e dos sinais telefônicos – prossegue Marcos nos seus ensinamentos.
"Ficou difícil mandar ao Brasil"
Marcos afirma que não é muito favorável a vendar empregados, um procedimento comum entre fabricantes de cigarro clandestino. Prefere confiar nos trabalhadores.
– Eles não sabem onde estão e não vão contar o pouco que sabem. Seria pedir para morrer. Tem muito em jogo – resume.
Marcos assegura que já trabalhou em buracos na Inglaterra e em várias partes do Brasil. Em Abaeté (MG), ele foi preso no ano passado:
– A gente bobeou, não tinha câmera, nada. Se tivesse, a gente tinha corrido. Fiquei três dias preso, até o advogado me soltar.
Ao saber que uma fábrica clandestina foi desarticulada em maio em Piedade (SP), Marcos comenta que foi naquela cidade que ele se introduziu no mercado dos cigarros piratas. Ele também manda uma foto de máquina usada na produção ilegal, mostrando ao fundo cigarros R7 (vendidos pela maior facção criminal gaúcha).
E por que o Paraguai é o paraíso das tabaqueiras clandestinas? Marcos tem a resposta:
– Muita gente parada, muita tabacalera fechou. Ficou difícil mandar cigarro para cá. Mais fácil fechar lá e abrir no Brasil. Os próprios donos de fábricas paraguaias fecham lá e abrem aqui, não pagam nada, não têm problema de passar a carga e cair na mão da polícia.
O intermediador garante que o mesmo fumo é usado em diversas marcas paraguaias.
– É fumo barato, sem chocolate, sem luxo. O fumo para o Bill e para o Blitz é o mesmo. Vamos negociar. Vamos fazer vocês muito felizes e ficaremos muito felizes. Sem BO – assegura, sorrindo, ao se despedir.
Contrapontos
O que diz Tales Ellwanger
Informado de que foi filmado acertando a venda de tabaco para confecção de cigarros de marcas paraguaias, negou ilegalidades: “Não devo nada, não sei por que a polícia agiu na fábrica. Não comercializamos com paraguaios ou rótulo paraguaio, comercializamos com a indústria brasileira, para exportação. Não vendo tabaco clandestino ou para empresas clandestinas. Não vendo, não faço isso”.
O que diz Sérgio Lawall
O defensor dele, Paulo Renato Ribeiro, disse que soube da operação da Polícia Civil na empresa Botucaraí Fumos e que, enquanto não tomar pé do inquérito em Montenegro, não pode se aprofundar. Nega que o seu cliente faça vendas ilegais. Informado de que Tales Ellwanger acertou venda de fumo da empresa para fazer cigarros paraguaios e inclusive disse que o patrão, Sérgio Lawall, sabe desse tipo de negociação, reiterou que não tomou conhecimento dos fatos e só passará a versão do cliente depois.
O que diz Cássio Joel de Lara, o Faísca
O telefone dele está desligado desde quinta-feira (30). A reportagem deixou recado, pedindo esclarecimentos. Ele não retornou a ligação.
O que diz Marcos Antônio da Silva, o Marcos Feio
Informado de que teve gravada sua conversa com um repórter, na qual detalha como são vendidas máquinas de fabricação ilegal de cigarros e ainda promete arranjar uma equipe de paraguaios para trabalhar, ele disse que não lida com esse tipo de trabalho. Negou que tenha acertado instalação de fábrica ilegal no Rio Grande do Sul e afirmou que lida com máquinas de produção de cigarro. “Não, nada a ver”, declarou. Mais tarde, desligou o telefone e se desconectou do WhatsApp.