A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizam operação, nesta quarta-feira (13), para combater o contrabando de cigarros nos três Estados do Sul do Brasil. Até 12h, 17 pessoas haviam sido presas temporariamente e outras três em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Desde a manhã, a Operação Humo (fumo, em espanhol) conta com cerca de 280 policiais e cumpre 22 mandados de prisão e 53 de busca e apreensão. Ao todo, 41 pessoas são investigadas por formarem a rede de contrabando.
Foram alvos da ação os depósitos de mercadorias, estabelecimentos comerciais e endereços residenciais vinculados aos investigados. A PF também tenta o sequestro de 32 veículos e o bloqueio de valores de contas bancárias de 16 pessoas.
A investigação começou em setembro de 2017, após a apreensão de uma carga de 70 mil cigarros contrabandeados em Chuí, que seria distribuída no Uruguai. No país vizinho, a mercadoria é vendida por valor mais alto do que no Brasil. Os investigadores realizaram um mapeamento de onde partiu a carga e detectaram o que consideram "uma grande rede de distribuição da mercadoria ilegal para diversos pontos do Rio Grande do Sul".
O superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Alexandre Isbarrola, afirmou, em coletiva de imprensa sobre a operação, que o objetivo do órgão é desarticular as facções responsáveis pelo contrabando, e não somente fazer pequenas apreensões.
— Estamos com trabalho mais aprofundado, com a prisão dos membros da organização criminosa, não só na prisão das "mulas" ou nas apreensões — afirmou Isbarrola.
Segundo a investigação, o cigarro iria principalmente para Porto Alegre e Região Metropolitana, Pelotas, Rio Grande, Litoral Sul do Estado e cidades da fronteira com o Uruguai. Também foram identificados distribuidores do contrabando em Foz do Iguaçu e Marumbi, no Paraná, e na cidade catarinense de Palhoça.
Desde o início da investigação, foram apreendidos pela PF e pela PRF mais de 1,4 milhão de maços de cigarro – apenas nesta manhã, foram 711 caixas do produto. Além disso, são contabilizadas 34 pessoas presas em flagrante e 31 veículos apreendidos – avaliados em mais de R$ 900 mil.
Somente com essas apreensões, a estimativa de valores supera R$ 10 milhões.Os crimes investigados na operação são contrabando, organização criminosa, corrupção de menores, lavagem de capitais e falsidade ideológica.
Foram 13 mandados cumpridos em Pelotas, cinco em Gravataí, três em Chuí, três em Camaquã e três em Eldorado do Sul. As outras cidades em que a PF também esteve são: São José do Norte, Guaíba, Viamão, São Lourenço do Sul, Canoas, Alvorada, Tapes, Parobé, Marumbi (PR), Palhoça (SC) e Foz do Iguaçu (PR).