Três acusados de participar da morte de um jovem durante o Carijo da Canção Gaúcha, em Palmeira das Missões, em 2015, terão que aguardar mais tempo no presídio por um julgamento, devido a um bate-boca que adiou o júri na terça-feira (25). O desentendimento aconteceu na 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre. Dioniton Gonçalves Vargas, Fabiano Antunes Lambert e Jonas Mattos de Oliveira são acusados de participar do assassinato de Marcos Eugênio Guttler Filho.
Tatiana afirma que foi ofendida por Amorim e, por isso, deixou o plenário do júri. O promotor nega que tenha ofendido a defensora pública.
Segundo consta na ata da sessão, a qual GaúchaZH teve acesso, a juíza Tais Culau de Barros decidiu dissolver o Conselho de Sentença e marcar para 20 de novembro de 2018 nova sessão de julgamento após Tatiana deixar o plenário e a pedido do outro defensor público presente.
— A defesa requer que fique consignado que o MP, dr. Eugênio, durante os debates referiu 'se existe mal educação pior do que defender nazista eu não conheço' referindo-se a defensora pública dra. Tatiana Kosby Boeira. Solicitando o MP ficasse consignado que referiu tal frase ao ser chamado de mal-educado — conforme consta na ata.
GaúchaZH procurou os dois para esclarecer o ocorrido. Tatiana afirma que desde que participou da defesa de dois skinheads condenados por tentativa de homicídio de um judeu há uma semana, vem sendo perseguida pelo promotor.
— Desde o julgamento dos skinheads, o dr. Eugênio Amorim começou a postar mensagens desqualificando essa defensora e a Defensoria Pública. Neste julgamento, quando eu estava falando, ele disse que eu era nazista — reclama a defensora.
Tatiana adianta que a administração da Defensoria Pública vai representar a todos os órgãos necessários contra o promotor para tomar providências em relação ao fato.
— A conduta dele está inviabilizando que se trabalhe — afirma Tatiana.
A defensora pública diz que não vai atuar nesse caso se Amorim for o representante do MP.
O promotor Eugênio Paes Amorim sustenta que a Tatiana foi agressiva, ao insinuar que o promotor Marcos Eduardo Rauber, que também participava do julgamento, teria fraudado uma prova.
— Quem estava com a palavra era o colega e ela interveio, agressiva e destemperada, insinuando que ele fraudou a prova. Ela não respeitou o momento de fala e nem a pessoa do promotor de Palmeira das Missões. Eu intervi depois de tudo isso e ela fez um fiasco, porque viu que os réus seriam condenados, e saiu do plenário.
Amorim também afirma que estuda representar contra a defensora por "improbidade administrativa".
— (Ela) causou imensas despesas. Deslocamento com diárias de agentes penitenciários e do promotor. Alimentação, combustível. Estudo representar contra ela por improbidade administrativa.