A obra de construção do memorial da boate Kiss completa, nesta sexta-feira (10), seis meses. Os trabalhos, que deveriam estar nas etapas de colocação de lajes e aplicação de reboco, ainda estão nas fundações e devem levar pelo menos mais seis meses para serem concluídos.
Iniciada em julho do ano passado, a expectativa era de que a obra fosse entregue em março, mas problemas estruturais e questões envolvendo o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) do futuro prédio ocasionaram a demora.
Conforme Paulo Benedito Kull, sócio administrador da Infa Incorporadora, responsável pelas obras, o projeto da construção precisou passar por alterações relacionadas às portas de entrada e saída do local. Em novembro, foram enviadas para o Corpo de Bombeiros as mudanças propostas e, segundo Kull, a Infa Incorporadora ainda não teve retorno da corporação. Enquanto isso, a construção segue com seus cerca de 15 trabalhadores no canteiro de obras.
— Estamos fazendo a fundação, fazendo etapas que não vão interferir no PPCI, até recebermos a liberação dos Bombeiros. Dependemos muito disso para conseguirmos elaborar um cronograma e nos guiar por ele. Sem isso, conseguimos tocar a obra até a conclusão das paredes laterais e de fundos — diz Kull.
A parede da frente, que segundo o sócio da Infa tem relação com as entradas e saídas do local, depende diretamente da liberação dos Bombeiros. A partir disso, será necessário pelo menos outros seis meses até a entrega total do memorial.
Não há prazo previsto para essa liberação, mas Kull acredita que seja possível iniciar as construções acima do nível do chão na metade de fevereiro:
— O que vai impactar mais visualmente é quando começar a levantar as paredes. O serviço de fundação é uma das etapas de maior volume.
O administrador calcula também que as alterações no projeto resultem em acréscimo de R$ 150 mil ao custo total da obra, passando de R$ 4,3 milhões para R$ 4,45 milhões.
O memorial será entregue mais de 11 anos após a tragédia que deixou 242 mortes e mais de 600 feridos. O projeto contará com uma estrutura de 242 pilares, cada um deles com o nome de uma das vítimas do incêndio e uma floreira. O local ainda terá jardins, auditório e sala para exposições de arte, além de servir de sede para a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).
Entre agosto e outubro do ano passado, houve um atraso de dois meses no serviço também por readequações do projeto, relacionadas a um prédio vizinho ao terreno.