Dois homens, de 54 e 57 anos, morreram por envenenamento na quinta-feira (9) em Sengés, no Paraná. Eles são irmãos e teriam ingerido um herbicida, que confundiram com suco de uva.
Segundo apuração do g1, o caso é tratado como um acidente pela Polícia Civil. Responsável pela investigação, a delegada Renata Batista sustenta a linha investigativa com base em três elementos:
- Familiares relataram que as vítimas pediram para um terceiro irmão comprar suco de uva
- O veneno é líquido e tem cor escura, similar ao da bebida
- O recipiente do herbicida não continha rótulo ou embalagem
Em depoimento às autoridades, o terceiro irmão, de 65 anos, revelou que comprou a bebida a pedido das vítimas. Ele aproveitou para passar em uma agropecuária, onde comprou botas, luvas e o herbicida, para utilizar em sua propriedade rural.
— O herbicida foi adquirido na forma líquida, tinha uma cor escura, parecida com suco de uva, e foi vendido a granel, ou seja, o vendedor retirou de um frasco maior e acondicionou em um frasco transparente, parecido com garrafa de suco. Neste frasco de meio litro de herbicida, não tinha nenhuma etiqueta com alerta de perigo sobre o consumo, forma de uso, ou composição — contou a delegada.
Renata afirmou ainda que aguarda os laudos dos exames periciais feitos na casa das vítimas e nos corpos para confirmar se a morte foi mesma acidental e qual o principal ativo do veneno.
Em participação no Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (10), o repórter da CBN Paraná, Emmanuel Fornazari, deu detalhes sobre o depoimento. Segundo o jornalista, o irmão relata ter deixado as compras na mesa da casa das vítimas e esquecido de levar o herbicida com ele.
— (Ele) chegou na casa dos irmãos e deixou tudo em cima da mesa e esqueceu de pegar o herbicida para levar para a própria casa. Quando ele notou a falta do herbicida, ele voltou na casa dos irmãos, mas eles já tinham tomado o veneno, achando que era suco de uva — contou.
As vítimas, cujas identidades não foram reveladas, moravam sozinhas e eram cuidadas pelo terceiro irmão. Segundo a família, eles sofriam de esquizofrenia. Ambos chegaram a ser socorridos e encaminhados a um hospital da região ainda com vida, na quarta-feira (8), dia da ingestão do produto.