Mais uma vez, o Inter tenta recomeçar. Com um Mano Menezes fortalecido por ter resistido à maior crise do time sob sua gestão, o Colorado enfrenta o Metropolitano, na Venezuela, às 21h, para sair do buraco e mudar as palavras que acompanham o clube. Uma vitória fará a equipe ser a líder do grupo na Libertadores. Mas para isso, além do adversário, será preciso que os colorados superem a si mesmos.
O primeiro ponto da superação é deixar para trás a péssima fase. Já se vão seis jogos sem vitória, cinco derrotas seguidas e apenas um gol (o "de honra" no Gre-Nal). O time de Mano terá de reencontrar ao menos um esboço do futebol que ficou em 2022. E mudar a atitude, trazer de volta o espírito que teve contra esse mesmo Metropolitanos no primeiro turno, quando fez o gol da vitória já nos acréscimos.
Nos microfones, esse discurso já começou. Em entrevista aos canais do clube, o volante Campanharo declarou:
— Precisamos disputar essa partida como se fosse a última das nossas vidas.
Ele também explicou a importância do jogo para a sequência da temporada:
— É um duelo importante. Se vencermos, vamos assumir a liderança. Uma vitória nos dá confiança, e estamos precisando. É um jogo para ser divisor de águas, em uma competição bem disputada, para ficar mais tranquilo e almejar a classificação.
Outro problema a ser enfrentado é a quantidade de desfalques. A defesa toda será reserva. Bustos, Vitão, Mercado e Renê estão lesionados. A tendência é de que Rômulo seja mantido na lateral direita e Thauan Lara na esquerda. No miolo da zaga, jogariam Moledo e Nico Hernández. John pode aparecer no gol. Dali para a frente, a maior possibilidade é de que seja montado um setor ofensivo com dois volantes, novamente Johnny e Campanharo, Alan Patrick e dois pontas, Pedro Henrique e Wanderson. Como centroavante, Alemão disputa lugar com Luiz Adriano. Essa é a expectativa, já que a atividade comandada por Mano Menezes no Cocodrilos Sports Park, belo (e diferente) local escolhido para realizar o treino, ocorreu com portões fechados.
O adversário para o Inter sair da crise é o melhor possível. Os venezuelanos ainda não pontuaram nesta Libertadores. No campeonato local, estão no quinto lugar, com uma campanha de sete vitórias, um empate e seis derrotas. Em busca de um triunfo inédito no torneio continental, a equipe pode apresentar mudanças. A média de público não chega a 2 mil torcedores. Ou seja, mais uma vez, campo neutro.
Ganhando na Libertadores, o Inter ficará, basicamente, a uma vitória da classificação. E a uma vitória e um empate de ser o líder da chave. Isso porque o Independiente Medellín venceu o Nacional de virada e passou, momentaneamente, os colorados. O que será revertido com três pontos em Caracas. A dificuldade é que o Inter não vence na Venezuela desde 1980, quando Falcão fez o gol do 1 a 0 sobre o Deportivo Táchira.
Mais uma marca a quebrar. Mais uma motivação. Isso e deixar de ter o "sobrenome" atual ("cinco derrotas seguidas") para ser o "líder do grupo na Libertadores" pode ser a faísca que o Inter precisa em busca da recuperação na temporada. Já houve mudança na preparação física e nos gabinetes. Agora, é hora de refletir no campo.