O final foi feliz para os colorados, mas antes do Inter construir os 2 a 0 sobre o Bragantino, a escalação que iniciou a partida, com Gabriel ao lado de Rodrigo Dourado, gerou um pequeno debate na noite deste domingo (5). Afinal, Carlos De Pena perdeu o posto de titular por questões particulares ou foi preservado por desgaste físico? Após a partida, o próprio técnico Mano Menezes sanou a dúvida: foi uma decisão técnica.
— (De Pena) tinha condições de iniciar o jogo. Foi uma escolha minha, em função do histórico que o adversário tem como mandante. Tem um início sempre muito avassalador, muito forte, e a gente necessitava de um jogador a mais no setor de contenção. O Pena, como vocês sabem, foi contratado como extrema. Eu o convidei para ser um médio-volante e fico feliz que ele tenha este reconhecimento externo, porque é sinal que nós acertamos. Mas, no Internacional, não tem nenhum jogador que não possa ficar no banco e nenhum que não possa jogar — explicou o treinador.
Analisando somente o resultado, a avaliação pode ser de que a estratégia foi bem sucedida. Afinal, com dois volantes, o Inter segurou o ímpeto do rival. Mas, será que é possível chegar a esta conclusão?
Primeiro tempo do Bragantino
Apesar de optar por Gabriel e não De Pena, Mano Menezes não alterou o sistema tático para jogar em Bragança Paulista. Repetiu o mesmo 4-2-3-1 utilizado desde que pôs os pés no Beira-Rio. Com dois volantes de origem posicionados à frente da área, o Inter abdicou da posse de bola por uma pretensa segurança defensiva. O que se viu, na realidade, foi a trave e o goleiro Daniel evitarem a abertura do placar em favor dos mandantes.
Além disso, retraídos em seu campo de defesa, os colorados não conseguiram articular nem jogadas de contra-ataque. No intervalo, conforme o site de estatísticas Sofascore, os donos da casa contabilizavam oito finalizações contra apenas duas do time gaúcho.
Segundo tempo colorado
Sem alterações na equipe, o Inter viu o cenário se repetir no início da etapa complementar. O quadro só foi se inverter, de fato, a partir da entrada de Carlos De Pena no lugar de Rodrigo Dourado, aos 25 minutos. Com o uruguaio no meio-campo, o Colorado passou a ter maior controle da bola, a ponto de encerrar com 54% de posse.
Em 70 minutos dentro de campo, Dourado — que ganhou mais liberdade para flutuar, enquanto Gabriel permanecia fixo pelo lado esquerdo — deu 34 toques na bola, acertando 22 das 28 tentativas de passe. Já De Pena, que atuou por 18 minutos, foi responsável por 23 toques na bola, acertando 12 dos 17 passes distribuídos. Ou seja, uma participação ofensiva muito maior.
Por fim, com as saídas de Edenilson e Wanderson para os ingressos de Johnny e Mauricio, Mano enfim alterou o sistema tático, passando para o 4-1-4-1, com um tripé de meio-campo formado por Gabriel, Johnny e De Pena. Talvez, a ideia fosse segurar o empate por 0 a 0 fora de casa. Mas, com jogadores de um perfil mais propositivo e menos defensivo, o que se viu foi um time que buscou a vitória nos acréscimos.
— A gente vem trabalhando para isso. Não desistimos em nenhum momento do jogo. Sabemos que quem sai jogando e quem está no banco sempre está preparado para poder entrar e dar o seu melhor. E hoje (domingo) eu fui privilegiado com este momento e pude ajudar a equipe — analisou Johnny, autor do primeiro gol colorado, em entrevista publicada nas redes sociais do Inter.