A goleada de 3 a 0 do Inter sobre o Botafogo redimiu o time de Odair Hellmann perante à torcida. Com quase 30 mil colorados no Beira-Rio, a equipe deixou para trás a má impressão deixada pela derrota em Minas Gerais. Um Inter superior, com atuação de luxo de Nico López e de William Pottker, retomou a boa campanha no Campeonato Brasileiro.
Agora, o Inter terá a semana pela frente para recuperar Zeca, que saiu contundido na partida deste domingo (29), além de contar com o retorno de Rodrigo Moledo, que ainda não jogou desde a retomada do Brasileirão, e de D'Alessandro, que cumpriu suspensão contra os cariocas.
No dia 6 de agosto, o Inter voltará a campo no campeonato, enfrentando o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Para completar, desta vez nenhum jogador recebeu o terceiro cartão amarelo.
Boa parte dos méritos do treinador na goleada sobre o Botafogo se deve à confiança de Odair em William Pottker. Antes do recesso para a Copa do Mundo, o camisa 99 havia ficado 14 jogos sem marcar. Depois, fez dois gols em três partidas, ainda que sem grande brilho. Contra o Botafogo, porém, foram dois gols, e uma ótima atuação — ao lado de Nico López, o destaque do Inter nesta reta final de primeiro turno.
— A confiança (em Pottker) é o que tenho feito com todos os jogadores. No esporte, há momentos em que a coisa não acontece da melhor forma, mas, aí, é continuar trabalhando. Ele tem minha confiança e respeito. Antes, Pottker tinha feito nossos dois gols (contra Atlético-PR e Ceará). Não é uma avaliação sem sentido. Quando ele não estava fazendo gols, estava dando equilíbrio à equipe para que outros fizessem (os gols) — disse Odair Hellmann.
— Essa vitória foi importante. Depois de uma derrota doída, precisávamos ganhar. Todo mundo entrou focado e concentrado. Fico feliz pelos dois gols, a gente adquire mais confiança. Esperamos seguir assim fortes até o fim do campeonato — comentou Pottker, o goleador da tarde com dois gols.
Preocupado com a volatilidade de humor (e cobrança) da torcida, que ora aposta que o Inter tem chances de ser campeão, ora se mostra pessimista com relação à campanha, o treinador opta pelo equilíbrio, e avisa: a equipe está com os pés no chão:
— Foram 12 jogos, 11 sem perder, e uma derrota. Já tinha dito antes da derrota (para o América-MG), que não chegamos a lugar algum. O campeonato é muito difícil. Ninguém conseguiu uma regularidade tão grande. Há um perde e ganha. O Brasileirão é difícil. Mas sabemos que estamos no caminho e vamos seguir ele. Temos tranquilidade, estamos trabalhando com organização e planejamento. A verdade é o jogo a jogo. E perdemos uma partida em que não fizemos um bom primeiro tempo, mas melhoramos no segundo. Por isto somos favoritos? Por isto seremos campeões brasileiros? Não. Estamos muito centrados.
Mesmo perdendo Danilo Silva (emprestado ao Los Angeles FC, dos Estados Unidos), o Inter recompôs rapidamente o setor, com a contratação de Emerson Santos — que estreou neste domingo contra o seu clube de formação. Para Odair, boa parte da força do Inter no Campeonato Brasileiro se mostra no elenco montado para 2018.
— Temos 36 ou 37 jogadores. Você não briga em uma parte de cima da tabela se não tiver grupo comprometido. Mas se todos esses juntos traçam uma meta, dão o seu melhor, a equipe se fortalece coletivamente, é difícil de ser batida. Queremos perder? Não. O Inter não joga para perder. Podem acontecer derrotas? Podem. Uma campanha de 38 rodadas se faz com regularidade. Temos um caminho longo pela frente — pontuou o treinador.
Depois de enfrentar o Atlético-MG, restarão ao Inter mais dois jogos nesse primeiro turno do Campeonato Brasileiro: contra o Fluminense, no Maracanã, e contra o Paraná, no Beira-Rio. No projeto colorado, a missão de enveredar por agosto no G-4, e tentando abrir distância do quinto colocado.