A escalada do Inter neste Brasileirão, confirmada com a vitória de 3 a 0 sobre o Botafogo e o lugar no G-4, coincidiu com a afirmação de uma das mais caras contratações recentes do Inter. Nico López, depois de dois anos, parece finalmente desembarcar de vez em Porto Alegre. Antes do recesso para a Copa do Mundo, ele já mantinha uma regularidade, a sua principal dificuldade desde a chegada ao Beira-Rio. Na retomada do Brasileirão, mais do que manteve, elevou sua régua. Assumiu o protagonismo e um lugar no no time.
Seja pelo meio, por trás do centroavante, pela esquerda ou pela direita, como no 3 a 0 sobre o Botafogo, o uruguaio desponta como o principal construtor dos lances ofensivos do Inter. Um armador que também joga em função do gol, que busca o espaço sempre para o chute, seja de esquerda ou de direita.
Contra o Botafogo, ele deu dois chutes a gol e dois para fora, deu duas assistências, dois cruzamentos e acertou 60% dos passes. Números excelentes e que mostram participação efetiva. A cereja do bolo vem nas divididas: venceu três em quatro.
O resgate de Nico López é obra de Odair Hellmann. Trata-se de um jogador que passou pelas mãos de cinco técnicos. Nenhum deles conseguiu resgatá-lo do mundo próprio em que vivia. Odair fez de Nico um jogador coletivo e comprometido com o time sem tirar-lhe um milímetro de sua técnica, do seu drible e, principalmente, sua aptidão para o gol. É como se o Inter recebesse, com dois anos de atraso, uma versão atualizada do principal jogador da Libertadores 2016.