O presidente do Inter, Marcelo Medeiros, participou do programa Sala de Redação desta quinta-feira (16), após a conquista do acesso para a Série A de 2018. Dentre os assuntos mais requisitados, o dirigente tratou de falar sobre o novo técnico do clube, reforços para a próxima temporada, venda de direitos de transmissão, apostas e trajetória na Série B, entre outros. Confira os principais tópicos do bate-papo na relação abaixo.
Técnico
Nós não temos nada definido. Esta é uma forma que a gente vem conduzindo todas as questões do clube ao longo deste ano. Oportunamente, vamos informar o público não só a questão que diz respeito ao comando técnico do clube. Em tese, vamos oficializar assim que o Campeonato Brasileiro terminar.
Abel Braga e Roger Machado
Eu respeito todas as opiniões. Faz parte do meio democrático da mídia. Quando há troca no comando técnico de um clube do tamanho do Inter, sempre surgem nomes. Não vou falar em nomes.
Foto de Roger Machado com Fernando Carvalho
Uma foto curiosa, tirada na mesa de um bar de uma academia. Na toalha, estava escrito açaí. O ex-presidente estava trajando abrigo e tênis. Eu nunca vi contratarem um treinador neste ambiente, e isto circulou como uma informação verdadeira. Isto não é verdade. Não é assim que funciona. Nenhum ex-presidente tem influência em nenhuma decisão desta gestão, sejam treinadores, jogadores, preparador físico, etc. Óbvio que nós temos relações com as pessoas, de respeito, de amizade. Eu os procuro para ouví-los em determinadas questões que enfrentamos em uma temporada.
Apostas em Antônio Carlos Zago e Guto Ferreira e perfil para 2018
Quando a gente assumiu o clube, a gente sabia o que faria neste cenário. Nós imaginamos um profissional que conhecesse a Série B. Perguntaram ao Melo (Roberto, vice de futebol) o perfil de um treinador ideal, e ele enumerou uma série de predicados. A gente está trabalhando isto com muita cautela e muito cuidado. Não vamos descrever nada para que não seja feita nenhuma especulação.
Montagem do grupo para 2018
A transição de 2016 e 2017 foi muito complicada. Tinha dois ou três meses de salário e imagens atrasados. Hoje está tudo ok. Agora, nós vamos receber uma série de jogadores que estão emprestados para outras equipes e vamos ter de fazer outra engenharia, com critérios e conceitos do departamento de futebol. A missão não é fácil. (...) Não tem nada (reforço encaminhado). Nós temos o mesmo cuidado para falar em atletas como em comissão técnica. O Inter precisa se reforçar em todos os setores. Nós perdemos quatro zagueiros nesta reta final. A Série B tem limitação de atletas inscritos, e a Série A não tem. Alguns atletas da base sofreram muito nesta temporada. Precisamos dar continuidade.
Demissão de Guto Ferreira
O jogo contra o Criciúma é muito emblemático. O Inter joga quase todo o primeiro tempo com qualidade, organização e controle do jogo. Aí toma um gol no final do primeiro tempo. Volta para o segundo e toma outro. Aquela vitória conquistada com dedicação e empenho nos coloca com 61 pontos. Ali começaram as projeções para garantir o acesso, e a queda de rendimento veio. Fomos obrigados a fazer a troca no comando. Não gostamos de fazer isto, mas não podemos pecar pela omissão. Eu vejo todas as partidas do Inter depois que o jogo acaba mais uma vez. Durante o jogo, eu penso muito como torcedor. Normalmente, eu vejo o jogo com o Roberto Melo e com o Alexandre Chaves Barcellos, e eles precisam ter muita paciência (risos).
Trajetória na Série B
O início foi difícil, principalmente no Beira-Rio. O Inter era o melhor visitante e ia mal em casa em determinado momento. Chegamos a ter o melhor ataque, a melhor defesa... Mas no momento da reta final, que era para concluir da melhor maneira, houve uma queda. Não sei se foi técnico ou psicológico, mas a missão foi cumprida.
Clima no vestiário com Guto Ferreira após a declaração contra o Luverdense
Não foi uma declaração feliz, o próprio Guto sabe disso e ele explicou para os jogadores. Nunca tivemos nenhum problema de ambiente e de relacionamento. Talvez, essa seja o principal ponto positivo desta temporada: a atitude e o relacionamentos dos funcionários, atletas, dirigentes e comissão técnica. Não existiu nenhum fato que atordoou nossa convivência durante o ano. Nem entrevista mal dada ou alguma opinião dita em saída de campo.
O presidente deveria ter aparecido mais na Série B?
Nós temos um critério. O Melo, pela responsabilidade que ele tem, que fala após os jogos. Eu falei duas ou três vezes, mas em situações que eram necessárias. Mas sempre depois de ele falar. A minha obrigação é estar no clube todos os dias, e eu estou. Se eu tivesse que falar muito, significaria que eu não tenho muito a dizer.
Contas de 2016 no Ministério Público
Este é um assunto da alçada do Conselho Deliberativo. Foi encaminhado para uma determinada comissão, para que se fizesse um relatório, onde ela não ouviu ninguém da direção anterior por um entendimento dela. Foi nomeada uma segunda comissão para analisar este relatório, e até agora a direção anterior não foi chamada. Particularmente, como advogado, a gente sabe que uma garantia do direito democrático é a ampla defesa e a presunção de inocência. Tanto que chegou uma notificação ao Conselho Deliberativo, feita pelo ex-presidente Vitorio Piffero, para que os seus direitos sejam preservados. A última comissão está colhendo informações e documentos. O clube recebeu um ofício do Ministério Público pedindo esclarecimentos, e eu e o Alexandre Chaves Barcellos fomos entregar isto tudo ao Procurador-Geral. (...) O clube tem duas auditorias, uma do Conselho Fiscal e uma do clube. O parecer recomendou a reprovação das contas por duas questões: adiantamentos de caixa e despesas sem contrato.
O clube vai vender alguém?
O Inter vendeu um jogador este ano. O William. O nosso percentual do William foi muito próximo ao valor do Alisson. Esta venda nos permitiu um fôlego importante. O Inter sempre teve uma receita como pilar no equilíbrio financeiro, que é a venda de atletas.
Direitos de transmissão
O Inter assinou no final do ano passado com o Esporte Interativo para transmitir jogos em televisão fechada para 2019 e 2020. As plataformas de televisão aberta, pay-per-view e outras plataformas ainda não foram negociadas. Estamos negociando estes contratos para os anos de 2019 e 2020. Em 2016, o Inter fechou todas transmissões em plataformas com a Rede Globo para 2021, 2022, 2023 e 2024. Este acordo rendeu R$ 50 milhões em luvas para o clube, e tudo foi gasto ainda no ano passado. O Inter recebe R$ 70 milhões de receita de televisão.
Contrataria um técnico identificado com o Grêmio?
A gente já viu jogador sair do Grêmio e ir para o Inter e vice-versa. O Batista saiu de um e foi para o outro. Não tem nada neste quesito, mas não tem nada que impeça. O Cláudio Duarte é um exemplo disso. Não há impeditivo.