
— Foi um jogo horroroso.
Se D'Alessandro, o capitão, o jogador mais importante, a bandeira de quase uma década do Inter, definiu assim a atuação do time no 0 a 0 com o Boa, na terça-feira, pela 30ª rodada da Série B, não há como contestar. Diante de um adversário que chegou a Varginha depois dos próprios colorados e vindos de uma derrota para o lanterna ABC (era a terceira seguida, a propósito), o time de Guto Ferreira teve uma atuação sem inspiração e quase nada fez para vencer. Se é verdade que o ponto conseguido pelo empate aproxima os gaúchos da Primeira Divisão, também deixou claro que, para enfrentar competições mais fortes no ano que vem, há muito a melhorar.
Todas as pessoas ouvidas depois da partida concordaram com o argentino. Roberto Melo, vice de futebol, foi o primeiro:
— Não fizemos uma boa partida, bem pelo contrário.
O dirigente justificou a queda de rendimento pelos desfalques. A equipe não teve quatro titulares habituais: Rodrigo Dourado, Sasha, Edenilson e Damião.
— Perdemos jogadores importantes e não tivemos peças que dessem uma reposição no mesmo estilo do jogo — acrescentou Melo.
Guto Ferreira também viu nas ausências dos jogadores a razão para uma atuação "tão abaixo do que vinha apresentando".
— É difícil trocar tantas posições ao mesmo tempo, mexe na estrutura. E não é que não tenhamos reposição em qualidade, mas elas não são próximas em característica — alegou o treinador cujo time em dois jogos contra uma equipe do interior mineiro que ocupa a parte de baixo da tabela e ainda luta contra o rebaixamento, fez apenas um ponto e nenhum gol — O Boa é uma equipe extremamente técnica, mas de muita competitividade, e isso nos causou competitividade.
Entre as reposições do time colorado, uma delas recebeu defesa especial. O menino Jéferson, 20 anos, que fez sua estreia no grupo principal, foi substituído no intervalo, após 45 minutos ineficientes.
— O Jéferson não teve culpa de nada da atuação. Foi recém a estreia dele — comentou D'Alessandro.
— Jéferson foi prejudicado pelo mau desempenho coletivo da nossa equipe. Ele não tem culpa de nada.
Para o técnico, não houve tempo suficiente para o volante conseguir apresentar seu futebol.
— Não tem 15 dias de trabalho no grupo profissional. Vinha treinando e jogando bem no time de base. Por isso se entende não estar tão bem.
Apesar do mau rendimento, o treinador afirmou que espera uma atuação melhor no sábado, contra o Criciúma, fora de casa. Cláudio Winck, que levou terceiro cartão amarelo, será o desfalque. Sasha e Edenilson voltam após cumprir suspensão. Damião, que se recupera de lesão, é a dúvida. O Inter termina a rodada aos mesmos três pontos do vice-líder América-MG, mas viu a distância para o quinto colocado diminuir de 10 para oito pontos.