A Câmara dos Deputados anunciou nesta terça-feira (7) um corte de R$ 150 milhões em despesas no ano, entre elas, gastos com viagens e horas extras, e informou que vai direcionar o dinheiro para o combate à pandemia do coronavírus. O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao final de uma entrevista em que detalhou a pauta que será votada pelos deputados nesta semana.
De acordo com Maia, serão cortados R$ 43 milhões em despesas de pessoal. Haverá ainda uma redução de R$ 49 milhões em investimento e de R$ 58 milhões em custeio operacional.
— A gente faz um primeiro corte de gastos, entramos inclusive em despesas de passagens, de horas extras, tudo aquilo que a gente sabe que nesse momento não é necessário — afirmou.
A intenção, complementou, é mostrar que a Câmara "também precisa e sempre dará sua contribuição nesse momento de crise". O valor cortado será destinado ao Ministério da Saúde.
— Não apenas com projeto, mas também com atos em que a gente economize recursos para que possam estar diretamente no enfrentamento da pandemia do coronavírus — disse.
As reduções contemplarão viagens nacionais e internacionais (diárias e passagens) de parlamentares, servidores e colaboradores, horas extras e adicionais noturnos. Também incluem obras que não foram iniciadas ou cujos serviços não tenham sido contratados, aquisição de equipamentos e mobiliários não necessários à manutenção de processos considerados essenciais e atividades que não impactem no funcionamento desses mesmos processos.
Maia também determinou a readequação dos contratos vigentes para reduzir despesas e racionalizar serviços prestados.
Ainda dentro de ações de combate ao coronavírus, o presidente da Câmara afirmou que pretende colocar em votação até quarta-feira (8) o auxílio complementar aprovado pelo Senado na semana passada. Segundo ele, um acordo sobre o tema deve ser alcançado até esta quarta-feira. Maia defende que o texto mantenha a possibilidade de o pagamento do auxílio ser feito por bancos privados e outras empresas de pagamento:
— O que eu acho que é que toda a rede bancária tem que estar à disposição para ajudar para que o dinheiro chegue mais rápido nas contas das famílias. Os bancos, as empresas de maquininha de cartão de crédito. Todas essas têm condição de ajudar e podem, sim, ser um instrumento importante. O que nós queremos é que os recursos cheguem.