A economia gaúcha ficou no zero a zero no terceiro trimestre. Dados divulgados nesta quarta-feira (11) indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou variação nula (0%) frente a igual período de 2018. Mesmo assim, manteve desempenho superior ao nacional em intervalos de comparação mais amplos. Por isso, a expectativa é de que o indicador encerre o ano com resultado positivo.
Os dados foram divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão. O PIB é conhecido como a soma dos serviços e bens produzidos ao longo de determinado período.
Entre julho e setembro, o desempenho do indicador gaúcho ficou abaixo do crescimento brasileiro. No intervalo, o PIB nacional avançou 1,2%.
O DEE também informou que, ante o segundo trimestre de 2019, a economia do Estado teve baixa de 0,5%. Apesar disso, acumulou alta de 2,7% ao longo deste ano e de 3,1% em 12 meses — números superiores aos nacionais.
O resultado nulo entre julho e setembro reflete combinação de fatores. Por um lado, a indústria caiu 1,6%, o que também provocou redução na arrecadação de impostos. Por outro, o setor de serviços subiu 1,4%. A agropecuária colheu a maior queda em termos percentuais, de 2,5%, mas seu peso no terceiro trimestre é menor no Estado.
Antes de apresentar variação nula, a economia gaúcha havia registrado quatro avanços consecutivos. Pesquisador do DEE, Martinho Lazzari mencionou que a perda de fôlego entre julho e setembro era esperada:
— A base de comparação é alta. No terceiro trimestre do ano passado, houve crescimento após a greve dos caminhoneiros em setores como a indústria. O acumulado ainda é bastante positivo no Estado. Há ajustes na economia ao longo do tempo.
Para a secretária estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, o cenário gaúcho é de "otimismo moderado". Ela ainda destacou que o desempenho do Rio Grande do Sul dependerá, em parte, das condições da economia nacional. Ao citar esse ponto, defendeu agenda de reformas.
— Estamos, aparentemente, saindo de uma crise que deixou marcas profundas — definiu.
Antes da apresentação dos dados nesta quarta-feira, houve homenagem ao economista Roberto Rocha. O pesquisador, que integrava a equipe do DEE responsável pelo cálculo do PIB, morreu em novembro. Leany pediu um minuto de silêncio em memória a Rocha.