O material impresso preparado para a apresentação de final de ano da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) estava pronto quando foi anunciado o PIB nacional do terceiro trimestre, no dia 3. Como veio acima da média das expectativas, alterou as projeções do núcleo de economia da entidade, comandado por Antônio da Luz.
Antes, a previsão para este ano era de crescimento de 1,16%. Depois do resultado do terceiro trimestre, passou para 1,57%. A perspectiva para 2020 mudou menos: passou de 2,51% para 2,58%. Portanto, é a mais alta projeção entre as entidades empresariais do Estado. A Fiergs estimou alta de 2% no PIB nacional, enquanto a Fecomércio foi um pouco mais ambiciosa, com 2,4%.
Indagado se o otimismo de cada entidade seria proporcional aos resultados de cada setor – a agropecuária tem o melhor desempenho até agora, seguida por comércio e serviços, enquanto a indústria tem um ano mais difícil –, Luz garante que o cálculo segue o modelo econométrico consagrado. Ou seja, o tamanho da projeção não está relacionado ao humor setorial.
No entanto, o economista admite que a projeção do PIB gaúcho, de 3,14% para este ano, mas menor – 2,53% – para 2020, exigiu mais interpretação do que cálculo. A causa foi a interrupção da série histórica da apuração do PIB estadual, por sua vez determinada pela extinção da Fundação da Economia e Estatística (FEE) e o consequente rompimento do convênio com o IBGE, responsável pelo PIB nacional.
O PIB robusto do Rio Grande do Sul neste ano, bem acima do nacional, é resultado do bom desempenho da agropecuária, especialmente no segundo trimestre, o mais influenciado pela safra de soja. Não se repetirá nesta quarta-feira (11), quando for anunciado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), mas já provocou seus efeitos.