De 2019, já se pode dizer que inverteu a escrita nas projeções econômicas. Desde 2016, as estimativas para o desempenho do PIB começavam ambiciosas e iam murchando no decorrer do ano. Neste, embora tenha ocorrido algo semelhante, no final do período houve uma inversão: as perspectivas começaram a melhorar a partir do terceiro trimestre.
Havia bons sinais logo que setembro terminou e, nesta terça-feira (3), o IBGE confirmou avanço de 0,6%, acima da média das expectativas.
É necessário observar que é um ritmo muito moderado, abaixo do que necessita um país com 12,3 milhões de desempregados. Mas o mecanismo de aceleração, ainda que discreto, foi acionado e deve contagiar positivamente a velocidade de crescimento de 2020, porque tende a se manter mesmo com a virada no calendário.
A maior surpresa foi o salto de 12% na indústria extrativa, puxada pela produção de petróleo.
Com 1% de alta acumulada em três trimestres e boas perspectivas para o período de outubro a dezembro, a estimativa média de crescimento para todo o ano deve ser revisada para cima nestes pouco mais de 20 dias que restam de 2019.
Se o consumo mostra reação, permitindo entrever que seja o primeiro indicador que recupere os patamares anteriores à Grande Recessão, entre 2014 e 2016, há outros dados alentadores. As famílias gastaram 0,8% a mais, e o investimento subiu mais, 2%, conforme o termômetro chamado Formação Bruta de Capital Fixo, que é uma espécie de indicador de velocidade futura.