O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu R$ 1,842 trilhão em valores correntes e cresceu 0,6% no terceiro trimestre de 2019 em comparação aos três meses imediatamente anteriores. O resultado foi puxado pela expansão de indústria e serviços (que têm maior peso no índice), com a agropecuária tendo o maior avanço percentual. O desempenho da economia brasileira foi divulgado na manhã desta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda que modesto, o crescimento representou a segunda alta trimestral consecutiva e ficou pouco acima das projeções de analistas de mercado, que estimavam avanço de 0,4%. Do lado da oferta, os três setores fecharam o período no azul. A maior expansão foi da agropecuária, de 1,3%. Já a indústria registrou avanço de 0,8% e o setor de serviços de 0,4%. Como possuem maior peso dentro da economia, estes dois últimos segmentos acabaram influenciando diretamente o resultado.
- É um bom crescimento, se levarmos em conta que não vinha sendo comum nos últimos períodos. Com isso, o crescimento de 1% neste ano está garantido - aponta Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Já pelo lado da demanda, o investimento privado (formação bruta de capital fixo) apresentou elevação de 2% frente ao segundo trimestre. Além disso, o consumo das famílias, considerado um dos principais motores da economia, avançou 0,8%. Em sentido inverso, o consumo do governo teve retração de 0,4%.
Na avaliação do economista e professor da PUCRS Adalmir Marquetti, o desempenho do terceiro trimestre foi melhor do que se esperava, mas ainda demonstra que a recuperação da economia brasileira segue em ritmo lento.
- Ainda tem muito para se fazer, nossa recuperação continua muito lenta. Para termos um crescimento mais sustentável, a formação bruta de capital fixo deveria crescer mais. Para isso, precisamos políticas públicas mais consistentes voltadas ao estímulo aos investimentos - diz. Marquetti.
Frente a igual período de 2018, a soma de todas as riquezas do país no terceiro trimestre aumentou 1,2%. Enquanto isso, no acumulado dos nove primeiros meses de 2019, o PIB apresenta alta de 1% em relação a igual período de 2018, mesmo índice visto na soma dos últimos quatro trimestres.