O governo anunciou nesta segunda-feira (2) que a falha de sistema que levou a uma correção na balança comercial de novembro atingiu também os números de setembro e outubro. Ao todo, a diferença entre os dados anteriores e os atualizados chega a US$ 6,488 bilhões.
Originalmente, o Ministério da Economia afirmou que as exportações brasileiras tinham ficado em US$ 18,921 bilhões em setembro, US$ 18,231 bilhões em outubro e US$ 9,681 bilhões em novembro. Os dados atualizados são de vendas externas de US$ 20,289 bilhões em setembro, US$ 19,576 bilhões em outubro e US$ 13,456 bilhões em novembro.
O Ministério da Economia afirma que a falha foi causada no momento da coleta e transmissão de dados. A tarefa é de responsabilidade da empresa estatal Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O Serpro tem um contrato de desenvolvimento e manutenção dos sistemas de comércio exterior do Ministério.
Ao perceber a inconsistência dos dados, principalmente porque os dados estavam consideravelmente abaixo da série histórica, os técnicos do Ministério da Economia pediram uma auditoria nos números do ano ao Serpro, que identificou que houve erros apenas a partir de setembro.
Ricardo Jucá, diretor de desenvolvimento do Serpro, afirma que houve um erro humano na programação da coleta dos dados.
— Esse serviço faz uma consulta ao banco de dados e essa consulta não estava retornado a totalidade das exportações no período apurado — afirmou.
Segundo ele, a consulta teria começado a apresentar problemas apenas a partir de setembro porque nesse mês houve um maior volume de dados. Também segundo Jucá, não há nenhuma empresa terceirizada envolvida na tarefa.
Herlon Brandão, subsecretário de inteligência e estatística de comércio exterior do Ministério da Economia, ressaltou que a falha foi corrigida. E afirmou, ao ser questionado se é previsto algum tipo de penalidade ao Serpro (como uma multa), que o governo avalia as consequências.
— Isso está sendo avaliado. As prestações comerciais, se foram cumpridas. Quais as consequências ainda não posso afirmar — disse.