Uma notícia falsa atribuída ao próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, publicada nas redes sociais na quarta-feira (18) levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a acionar a Polícia Federal para investigar o caso. De acordo com a AGU, a fake news prejudicou ações do governo para conter o preço do dólar, em disparada nos últimos dias.
Segundo o g1, na postagem falsa Galípolo teria dito que "a moeda dos Brics nos salvaguardaria da extrema influencia que o dólar exerce no nosso mercado". Dizia também que o economista chamou o dólar de "moeda estadunidense".
Em nota, AGU disse que desinformação interferiu diretamente na percepção do mercado:
"A desinformação, ao interferir diretamente na percepção do mercado, comprometeu a eficácia da política pública federal de estabilização cambial, evidenciando o elevado potencial lesivo de boatos neste contexto".
A AGU pediu também para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigar as postagens com informações falsas.
“Sabe-se que há relação direta entre a cotação de moeda estrangeira, notadamente o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores, tanto que a recente elevação do valor da moeda americana veio acompanhada de queda do montante de valores negociados no mercado de capitais”, escreveu a AGU para a PF.
Disparada do dólar
A moeda norte-americana fechou a quarta-feira (18) cotada a R$ 6,26, o maior valor nominal desde o Plano Real, em 1994. Na terça-feira (17), a turbulência já havia levado o dólar a R$ 6,09, maior cotação até então.