O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a medida de proteção cambial com isenção tributária precisa avançar na Receita Federal para que o dinheiro estrangeiro volte para o Brasil.
A afirmação veio no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que voltará a cobrar tarifas sobre aço e alumínio importados de Brasil e Argentina como efeito da alta desvalorização das moedas locais.
Segundo ele, a situação cambial brasileira tem chamado a atenção por algumas particularidades, como o pré-pagamento de dívidas internacionais por parte das empresas que enxergam os juros baixos brasileiros como forma de diminuir custos, e também a maior especulação por parte de investidores que buscam taxas de retornos mais atrativas.
Ele reforça, porém, que é preciso continuar com o avanço das medidas de proteção cambial para que o dinheiro entre no país.
– Primeiro, a curva longa (de juros) está baixa e algumas empresas entendem que é mais interessante trazer as dívidas em dólares. Além disso, também estamos em um momento de conversão, em que há um volume de recursos investido no portfólio muito grande, aumentando o fluxo com investimento em real pelo interesse maior em uma taxa de retorno mais atrativas – explica. – Mas essas medidas de proteção precisam continuar, para que o investidor consiga trazer o dinheiro sem se preocupar em aceitar o risco Brasil.