O resultado é tão surpreendente que precisa de muita explicação. O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul acumulou crescimento de 3,8% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de 2018. Para ter ideia do quanto o número é expressivo, o Brasil acumulou, na mesma base de comparação, avanço de 0,7%. O desempenho se deve ao segundo trimestre, que teve alta de 4,8% em relação a igual período do ano anterior. O que
é preciso saber para entender o número muito fora da curva: a base de comparação é muito baixa, o segundo trimestre é o período do ano em que a colheita da soja tem mais impacto no PIB e alguns segmentos da indústria gaúcha tiveram desempenho muito acima da média.
Ou seja, é um resultado localizado, que não se dissemina o suficiente para "aparecer" para a maioria dos gaúchos.
No semestre, a agropecuária saltou 7,2%, especialmente graças às safras de soja e milho. A indústria também teve alta expressiva no período, de 5,5%, acelerada pela produção de veículos, implementos e produtos químicos. Esses desempenhos impulsionaram o resultado do PIB do segundo trimestre, que teve alta de 4,7% ante igual período de 2018 e de 1,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
O PIB do segundo trimestre de 2019 foi apresentado nesta segunda-feira (14) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. É o primeiro dado apurado "em casa", depois da mudança no contrato da secretaria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Mas os próprios pesquisadores recomendam ver o dado com cautela, porque o crescimento do semestre ocorre sobre uma base de comparação muito baixa, afetada por falta de chuva e pela greve de caminhoneiros que ocorreram na primeira metade de 2018.
Vanessa Sulzbach, chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, advertiu que, apesar de o Estado registrar crescimento há quatro trimestres seguidos, a tendência é de perda de ritmo no terceiro trimestre de 2019. Parte porque a influência da agropecuária se concentra na primeira metade do ano, e parte porque os indicadores mais recentes da indústria já indicam desaceleração.
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