Falar sobre alimentação ou alimentos detox é sempre polêmico. Afinal, existe dieta detox? O nosso corpo consegue se detoxificar sozinho? É benéfico? Emagrece? Todas essas questões ainda rendem discussões em rodas de conversa sobre o assunto. Vem entender melhor os detalhes por trás deste protocolo.
O que é?
Detox significa eliminação de determinadas toxinas e radicais livres do organismo, e é isso que um protocolo detox se propõe a realizar. Diariamente nosso organismo precisa lidar com toxinas, sejam elas endógenas – aquelas que o próprio corpo produz – ou exógenas – aquelas que colocamos no corpo seja pelo ar, por cosméticos ou pela alimentação. A dieta detox, ao contrário do que muitos imaginam, não é realizada apenas pelo consumo de suco verde e nem é uma dieta líquida à base de sopa. Esse protocolo dietético também não é um protocolo de emagrecimento, embora se bem executado e alinhado a um déficit calórico adequado, ele pode ajudar a eliminar gordura. O protocolo detox pode ser positivo para auxiliar a eliminar toxinas após algum episódio de exagero. É importante salientar que nosso corpo consegue fazer esse processo naturalmente. As toxinas ingeridas de forma oral são detoxificadas por enzimas do fígado, rim e em nosso intestino.
Como funciona o detox?
O protocolo detox é indicado quando há um alto consumo de alimentos industrializados, excesso de açúcares, excesso de gorduras, uso abusivo de álcool com frequência, pessoas que vivem em lugares com estresse e poluição. Se o objetivo é eliminar toxinas, a dieta detox vai priorizar alimentos naturais como frutas, verduras e cereais. Em contraponto irá excluir alimentos industrializados e processados, corantes, açúcares, conservantes, cafeína e bebidas alcoólicas. Existem diferentes protocolos: 7 dias, 14 dias e 28 dias e não é recomendado seguir nenhum deles sem acompanhamento de um nutricionista. É importante que cada um tenha uma estratégia nutricional elaborada individualmente, após avaliação do seu estado nutricional atual.
O que incluir?
- Alimentos integrais: arroz, quinoa, aveia, farinha integral, macarrão integral, pão integral. São ricos em fibra e vitaminas do complexo B.
- Frutas, legumes e verduras: principal fonte de vitaminas e minerais, além de também serem ricos em fibras que são grandes aliadas do intestino.
- Leguminosas: feijões, lentilha, grão de bico, ervilha, soja.
- Peixe e carnes brancas: possuem proteína assim como a carne vermelha, mas com menor quantidade de gordura. O peixe ainda fornece ômega-3, que desempenha um papel central no crescimento neuronal e no desenvolvimento do cérebro humano, além de ser antioxidante.
- Chá de ervas: possuem efeito diurético, combatendo a retenção de líquidos e contribuindo para sua eliminação.
Quais as desvantagens?
A dieta detox é restritiva e não deve ser seguida por muitos dias. Pode causar fraqueza, tontura, déficit de proteínas, desequilíbrio de vitaminas e minerais. Como já falei por aqui, para começar qualquer protocolo, você deve procurar um profissional para que suas necessidades nutricionais sejam atendidas. O detox é focado em alimentos antioxidantes para melhora do organismo como um todo, mas isso não significa que ela vá proporcionar um emagrecimento mágico e rápido. Uma dieta pode ter apenas alimentos saudáveis e não estar no equilíbrio necessário para que ocorra um emagrecimento saudável.
Quando é uma boa opção?
Quando acompanhada de um profissional, a dieta detox pode ajudar o nosso organismo na eliminação de toxinas, diminuir a retenção de líquidos e ser um ótimo pontapé para uma dieta saudável. Iniciar pelo detox pode melhorar sua disposição e dar mais energia. Assim você fica mais disposto e motivado para dar sequência à uma alimentação equilibrada. A dieta detox pode ser o empurrãozinho que você precisa para resgatar seu foco.
Paula Mar Pinto é nutricionista clínica por formação, mas se considera uma "facilitadora de experiências saudáveis". Depois de muito brigar com a balança, resolveu se aliar a ela. É autora do projeto E Agora, Nutrinha?.