Dietas a curto prazo, que prometem um emagrecimento rápido por meio de restrição alimentar severa, não são uma boa ideia. Isso a gente já sabe, não é? Mas, com o inverno chegando ao fim, começa a surgir o "projeto verão", a famosa busca por resultados imediatos para se sentir mais satisfeita com o corpo na hora de colocar biquíni. A verdade é que fazer dietas extremamente restritivas não é eficiente a longo prazo. Estudos mostram que 95% destes modelos alimentares fracassam, fazendo com que você volte a recuperar o peso que perdeu ou até engorde mais do que quando começou, já que há uma série de comportamentos desencadeados pela restrição.
Quando se classifica os alimentos entre proibidos e permitidos, há o risco de se desenvolver um efeito rebote, que pode resultar em compulsão alimentar (ou comer impulsivo), que está associada a consequências psicológicas, como a perda da autoestima, mudanças de humor e distração.
Afinal, o que é dieta?
Só de ouvir falar em dieta você se arrepia toda e logo pensa em sofrimento? Infelizmente, essa sensação é resultado do que chamamos de "cultura da dieta". A maioria das mulheres começa a controlar a alimentação ainda na adolescência, pela pressão social e cultural. A busca pelo padrão estético, ou até uma vida saudável, faz com que se adote esse sistema cada vez mais cedo. Mas é importante saber o que realmente é uma dieta:
Dieta: palavra que tem origem no latim diaeta, originária do grego díaita, significa "modo de vida". Dieta nada mais é do que qualquer conjunto de alimentos e bebidas que um indivíduo consome durante o dia. Na nutrição, usamos também o termo para definir a prescrição alimentar individualizada de cada paciente, com alimentos e bebidas específicos para as suas necessidades nutricionais.
Dieta restritiva: é aquela que restringe parcialmente ou totalmente as quantidades dos nutrientes da alimentação. Um bom exemplo são as dietas que excluem os carboidratos.
Como vou conseguir emagrecer?
Você passa a vida toda escutando que precisa fazer dieta para emagrecer e, de repente, descobre que só isso não é eficiente para perder peso. Afinal, o que fazer? Quando se fala em emagrecimento a longo prazo, é preciso criar e fortalecer hábitos que se conseguirá manter para a vida toda. Uma dieta que lhe priva das coisas que você gosta ou que não se encaixa na sua realidade está fadada ao fracasso.
Cada vez que você sinaliza ao cérebro que não pode comer determinados alimentos, mais vontade você desperta de consumi-lo. Esse comportamento é muito comum em quem começa cortando tudo na segunda-feira e comete exageros todo final de semana. Quando você entende que, para atingir um emagrecimento saudável e duradouro, é preciso aprender a ter uma relação melhor com a comida e seu corpo, fazer escolhas e substituições inteligentes, além de controlar emoções e impulsos, você conseguirá manter uma rotina alimentar saudável para sempre.
Encontrando o equilíbrio
Não adianta restringir tudo aquilo que se gosta. Você pode até aguentar por um tempo, mas e depois? Muitas vezes, isso gera mais sensação de descontrole e fracasso. É só mais uma maneira de você se sabotar. Outra dúvida muito frequente é: "Se eu me permitir comer somente o que gosto, vou passar comendo batata-frita. Como irei emagrecer?". E isso é exatamente resultado da "cultura da dieta".
Você é adulto, no fundo sabe que não é saudável para seu corpo comer apenas fast food. Quando você entende que pode comer batata-frita numa terça-feira tanto quanto no sábado, automaticamente faz escolhas alimentares melhores. Dessa forma, você passa a prestar mais atenção nas suas vontades, no que lhe sacia e no que lhe satisfaz, o que torna o processo mais leve, mais fácil e, o melhor, duradouro.
Paula Mar Pinto é nutricionista clínica por formação, mas se considera uma "facilitadora de experiências saudáveis". Depois de muito brigar com a balança, resolveu se aliar a ela. É autora do projeto E Agora, Nutrinha?.