O Poa Jazz Festival chega à quinta edição com uma programação diversa, que busca, em uma tacada só, estimular a música instrumental local e valorizar nomes nacionais e internacionais ainda pouco conhecidos no país. Embora a programação paralela esteja cheia, o ponto alto são as duas noites de shows, que ocorrem sexta-feira e sábado, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul.
Com cinco anos de história, o evento foi escolhido o melhor festival de música instrumental no país (Prêmio Profissionais da Música 2019) e deu frutos como os projetos Homenagem ao Jazz (shows gratuitos de João Donato, Milton Nascimento, Hermeto Pascoal, João Bosco e outros – a edição deste ano foi adiada para 2020), Villa do Jazz, Poa Jazz Day e shows avulsos de John Pizzarelli e Ron Carter, entre outros.
Apesar dessas conquistas, os organizadores afirmam que 2019 foi o ano mais difícil para captar recursos. Com expectativa de receber 1,2 mil pessoas, o festival vai depender da venda de ingressos.
– Captamos uns 40% do que almejávamos. Por isso, reduzimos um dia e negociamos com produtores e artistas para não ter de cancelar – afirma Carlos Badia, curador do Poa Jazz Festival.
O evento aposta em convidados internacionais e nacionais importantes, mas pouco conhecidos no Brasil. Neste ano, vêm de fora a cantora francesa Cyrille Aimée, aclamada pela sua técnica de improvisação, o saxofonista holandês Jasper Blom e a banda americana Davina & The Vagabonds, cuja líder tem sido comparada a Amy Winehouse e Etta James.
Entre os brasileiros, um destaque é o grupo paulista Silibrina, que tem feito sucesso em festivais mundo afora misturando jazz, pop, frevo, maracatu e baião.
Protagonismo na cena local
Na cena local, o Poa Jazz assumiu um papel de integrar, renovar e também de conservar a memória. Todos os anos, personalidades importantes para a música gaúcha são homenageadas – em 2019, será o jornalista e crítico musical Juarez Fonseca. Já o músico Geraldo Flach (1945-2011) ganhará um tributo do Cristian Sperandir Grupo.
Especialmente esperada é a volta do Raiz de Pedra, grupo instrumental que marcou a capital gaúcha no final dos anos 1980 e depois fez carreira na Alemanha até 2001. A reunião levou dois anos para se confirmar já que dois integrantes moram em Munique – Márcio Tubino (sax e flauta) e Ciro Trindade (baixo).
– Fazia 19 anos que não tocávamos juntos. Os ensaios nos fizeram reviver a energia do passado. Era uma banda muito experimental, a gente brincava com o compasso das músicas e fazíamos shows com cenário e roteiro – lembra o guitarrista Pedro Tagliani.
Para o show único, completam a banda Fernando do Ó (percussão) e os convidados especiais Marcelo Nadruz e Luiz Mauro Filho (ambos no piano).
Nomes recentes também ganharam espaço na programação, como o Sexteto Gaúcho, destaque da nova geração de chorões no Estado. A convite do festival, o grupo de hip hop Rafuagi e o trio instrumental Quarto Sensorial vão estrear o projeto Rafuagi Jazz Combo.
– Para desgosto dos puristas e felicidade dos amantes da liberdade, vamos ter um grupo de hip hop tocando jazz de primeira – celebra Badia.
5º Poa Jazz Festival
- Sexta-feira (8/11) e sábado (9/11), a partir das 20h
- Centro de Eventos do BarraShoppingSul (Av. Diário de Notícias, 300)
- Ingressos: R$ 90 por dia ou R$ 140 para os dois dias, no local, a partir das 18h, e pelo site uhuu.com, com taxas.
- Sexta-feira: Cristian Sperandir Grupo – Tributo a Geraldo Flach (RS); Jasper Blom Quartet (Holanda); Silibrina (SP); Raiz de Pedra (RS).
- Sábado: Sexteto Gaúcho (RS); Rafuagi Jazz Combo (RS); Cyrille Aimée (França) – Participação especial de Diego Figueiredo (SP); Davina & The Vagabonds (EUA).
- Confira a programação paralela em facebook.com/portoalegrejazzfestival ou no instagram @poajazz.