Expressa no título, a principal virtude da coleção Narrativas Periféricas traz consigo um dilema para o resenhista. Por um lado, é essencial, para a renovação e a diversidade do quadrinho brasileiro, que jovens autores – nascidos nas quebradas de São Paulo e Salvador – ganhem circulação nacional por uma editora de porte e de prestígio como a Mino, que publica no país obras do canadense Jeff Lemire, do americano Box Brown, do norueguês Jason, do gaúcho Rafael Grampá e do paraibano Shiko, entre outros. Por outro, com que régua medir o resultado? Afinal, HQs produzidas na periferia raramente ganham projeção no mercado, e os seis títulos lançados neste ano acabam tendo como comparativo obras de quadrinistas mais consolidados. O risco é de ser condescendente ou negativista, priorizando aspectos técnicos em detrimento das vozes promissoras e das perspectivas fora do comum.
Inclusão
Coleção Narrativas Periféricas quer revelar talentos dos quadrinhos nacionais
Seis volumes foram lançados neste ano. "Crianças Selvagens", de Gabú, "Pomo", de Eryk Souza, e "Thomas: La Viee en Rose", de Arthur Pigs, se destacam
Ticiano Osório
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