A produção e a venda de veículos cresceram em março na comparação com fevereiro e no primeiro trimestre de 2024 em relação a igual período do ano anterior. A exportação avançou no mês, mas o resultado é negativo no período de janeiro a março. O crescimento da venda interna desde a metade do ano passado acelera as linhas de montagem e compensa a redução do embarque de veículos.
Os sucessivos investimentos anunciados pelas montadoras instaladas no país com recorde histórico foram comemorados pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, ao divulgar os resultados do setor em março e no primeiro trimestre.
Com os novos aportes anunciados nos últimos meses, o ciclo atual supera R$ 123 bilhões de investimentos ativos desde 2021, sem contar os do restante da cadeia automotiva.
— Ficamos muito satisfeitos com a assinatura do decreto do Programa Mover, no mês passado, pelo governo federal. Foi o resultado de muitas sugestões nossas às autoridades competentes. E também da Academia e do setor de autopeças — destacou o presidente da Anfavea.
Para o executivo, o programa será referência para o mundo em termos de descarbonização, com a liberdade de escolha para os consumidores, que poderão optar pela rota tecnológica mais interessante às suas necessidades.
Produção, venda e exportação
A produção de 195.751 veículos em março aumentou 3,2% na comparação com fevereiro e caiu 11,8% em relação com o mesmo mês de 2023.
Foram 181.901 automóveis e comerciais leves, mais 2,6% sobre fevereiro e menos 12,4% considerando o mesmo período do ano anterior.
Os caminhões avançaram 10,5%, com 11.224 unidades em março, e regrediram 8,9% na comparação com igual período de 2023. Os 2.626 ônibus saltaram 15,8% sobre fevereiro e despencaram 34,1% em relação ao mesmo mês de 2023.
A venda de 157.124 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus saltou 14,2% sobre fevereiro e caiu 8,3% na comparação com março de 2023. Automóveis e comerciais leves foram 146.126, mais 14,2% em relação ao mês anterior e menos 8,6% em relação ao mesmo mês de 2023.
O registro de 9.385 caminhões e ônibus cresceu 19,1% sobre março e mais 4,5% um ano antes.
A média diária de venda de 9,4 mil veículos aumentou 7,9% na comparação com fevereiro e 8,5% em relação ao mesmo mês de 2023. No ano, a média diária de emplacamentos é 12,6% superior à do primeiro trimestre do ano passado.
Do estoque de 222,3 mil veículos, 131 mil foram das concessionárias e 91,3 mil das montadoras. O estoque foi equivalente a 36 dias, sendo 21 dias nas lojas e 15 nos pátios das montadoras.
A produção acumulada do trimestre de 537.999 foi praticamente estável, com aumento de 0,4% sobre 2023. Foram 502,182 automóveis e comerciais leves, menos 0,1%; 29.237 caminhões, mais 19,7%; e 6.490 ônibus, com o salto de 61,6%.
— Acreditamos que os próximos meses serão marcados por aumento contínuo na produção, por isso apostamos muito na nossa previsão de alta de 6% para o ano — explicou Lima Leite.
As dificuldades das economias da Argentina, Chile, Colômbia e Peru refletiram na exportação nacional. Os países estão entre os principais importadores de veículos brasileiros.
A exportação acompanhou a produção e venda de março com o maior volume nos últimos sete meses. Foram 32.706 veículos, mais 6,6%, mas tombou 28% sobre o mesmo período de 2023. Em valores, foram US$ 911.826, mais 5,5% e menos 19,5% nas mesmas condições.
O embarque de 82.248 veículos no trimestre despencou 28% em relação a igual período do ano passado. Em valores, foram US$ 2,396.559 bilhões, menos 14,6% em relação a 2023.