Aos 82 anos, Regina Jung, entusiasta da prática de ioga, não tem dúvidas:
— Eu nunca conversei com meu corpo como converso agora. Percebo o quanto ele me responde, como vamos bem.
A aposentada conheceu a atividade há dois anos. Chegou ao estúdio do bairro Moinhos de Vento com dores excruciantes nos joelhos, decorrentes de artrose. Começou sentada em uma cadeira e, em três meses, conseguiu avançar para os exercícios no chão. Passou a prestar atenção no próprio corpo, a conhecê-lo. Os progressos iam se somando.
— Recuperar o trote do meu andar foi maravilhoso. Muita coisa mudou — lembra Regina.
Os benefícios se tornaram visíveis em diversas situações. Com o equilíbrio fortalecido, Regina ganhou mais confiança para caminhar na rua. Antes, quando precisava passar o aspirador na casa, não conseguia se mexer direito nos três dias posteriores, e agora realizada todas as tarefas domésticas sem qualquer incômodo. Voltou a descer escadas com facilidade, sem retorcer o quadril.
— Como permiti que a dor me imobilizasse durante tantos anos? Pobres joelhos, eram lugar de dor, de medo — conta.
Focado em garantir ou resgatar o equilíbrio do corpo e da mente com vistas a uma longevidade saudável, a ioga praticada por Regina é da modalidade Kaiut. Ela tem aulas com a professora Luciana da Costa, médica e doutora em Endocrinologia.
— Não é só não ter doença, mas, na presença de doença, ter esse equilíbrio: corpo, mente, emoção — detalha Luciana.
Uma aula recente de Luciana, em uma segunda-feira de junho, começou com as 14 alunas sentadas de pernas cruzadas, abaixando o tronco para a frente, colocando as mãos no solo, diante da cabeça, com os dedos afastados. Os braços começam a ser estendidos. Minutos depois, a orientação é para deitar, de olhos fechados. A professora vai dando as orientações com voz tranquila. O objetivo é entrar em estado meditativo por meio do uso do corpo.
— Pela postura, o primeiro objetivo é entregar uma mente mais presente, mais em paz — detalha Luciana.
As principais queixas dos alunos acima de 60 anos se referem a dores, especialmente no quadril, nos joelhos e na coluna lombar, e dificuldades de movimentos.
— Trabalhamos com flexibilidade, adaptabilidade, mobilidade. Como consequência, tem a redução da dor — explica a instrutora.
— Fazemos o uso inteligente do corpo, para o qual ele foi desenhado, e a mente cada vez mais em estado de coerência emocional. Utilizamos movimentos funcionais: joelho foi feito para dobrar, coluna foi feita para girar em cima do quadril — complementa.
Médica geriatra e cofundadora do canal Longidade, sobre qualidade de vida na terceira idade, Polianna Souza enumera benefícios da ioga para a saúde física e mental de quem está nessa faixa etária.
— A população idosa tem risco muito maior para quedas porque o processo de envelhecimento está associado à perda de massa muscular e de flexibilidade, condições que alteram o equilíbrio e a marcha. A ioga trabalha o fortalecimento da musculatura, a flexibilidade, o equilíbrio, o que ajuda também na manutenção da funcionalidade — observa Polianna.
Encantada com os progressos, Regina distribuiu cinco aulas de ioga ao longo da semana. Reconhece-se agora em um corpo mais forte.
— Enquanto isso, minha cabeça está ótima. A vida me traz alegrias. Nunca imaginei que a vida pudesse ser tão dadivosa na velhice — diz a aluna.
Bom para o corpo e a mente
- Fortalecimento da musculatura
- Melhora da flexibilidade e do equilíbrio
- Diminuição de dores
- Controle do estresse, da ansiedade e da depressão, melhorando a saúde mental
- Controle de doenças crônicas
- Redução do risco de perda cognitiva