Chega a assustar a concordância de alguns clubes com a hipótese de retorno do público nos estádios no Brasil. Com o Ministério da Saúde abrindo esta possibilidade, a Prefeitura do Rio de Janeiro incentivando e a CBF articulando fortemente para que aconteça a flexibilização, a possibilidade ameaçadora se torna real. Menos mal que os artífices tenham baixado o nível entre eles próprios na reunião organizada pela confederação e que terminou em bate-boca entre o presidente Rogério Caboclo e o presidente da federação fluminense Rubens Lopes nessa quinta-feira (24). Lopes quer o retorno da torcida já onde as autoridades públicas permitirem e Caboclo se mostra menos afoito.
O atropelo às recomendações sanitárias é uma ameaça real e, mesmo que a CBF negue que permitirá o retorno dos torcedores sem um protocolo seguro, a pressão é enorme. Curiosamente o Flamengo que na mesma reunião pediu e levou a troca de regras do Brasileirão porque está com seu grupo em grande parte contaminado, é o mais aceso para colocar 20 mil pessoas a partir do início de outubro no Maracanã. Os outros times que se lixem, caso os respectivos prefeitos e governadores se mantenham cautelosos e zelosos com as comunidades.
A dupla Gre-Nal acatará a decisão da CBF, desde que prevendo torcida apenas se houver liberação geral. Mais uma vez caberá aos governantes do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre decidirem. Já são conhecidas as decisões de ambos. Sem participar diretamente dessa discussão, aquele que foi o grande responsável pela conclusão em bom tom do Gauchão segue mostrando serenidade.
O presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Hocsman, admite que a situação é complicada, mas que não se pode ter público apenas em algumas praças. O dirigente, como no campeonato estadual, respeita integralmente as determinações das autoridades. Acompanhando de perto as deliberações, ele não deverá fazer qualquer tipo de pressão sobre os governos . Desta vez os gaúchos não apresentarão um modelo de protocolo, como aconteceu no certame regional pois há determinações da FIFA e da Conmebol sendo estudadas. A prudência segue norteando os atos de Hocsman para o bem do nosso futebol