Rivais dentro de campo, Grêmio e Inter mostram sintonia em alguns assuntos fora das quatro linhas. Um deles diz respeito à liberação de público nos jogos do Brasileirão. Desde o reinício das competições do futebol no país, em junho, as partidas estão sendo realizadas com portões fechados, por conta da pandemia de coronavírus.
Nesta semana, o Ministério da Saúde autorizou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) avançasse em uma proposta para retomar a presença de torcedores nos estádios. A capacidade de lotação seria limitada em 30%. Mas ainda restava discutir a decisão com as autoridades sanitárias de Estados e prefeituras.
Consultado por GZH, o presidente gremista, Romildo Bolzan Júnior, declarou que consentiria com a liberação desde que ela fosse igualitária para os 20 clubes participantes da Série A.
— Sou a favor, de modo controlado, com no máximo 30% da ocupação e no momento em que todas as praças possam jogar. Caso isso não seja possível, gerando desequilíbrio, sou contra — declarou.
O temor gremista ganha eco do lado colorado, uma vez que a Prefeitura do Rio de Janeiro havia sinalizado na semana passada que poderia realizar um primeiro teste no Maracanã, no dia 4 de outubro, quando o Flamengo recebe o Athletico-PR. Posteriormente, a proposta acabou sendo derrubada pelo governo estadual.
— A definição sobre a presença de público nos estádios passa pelos órgãos de saúde. Não cabe aos clubes esta decisão. O que precisamos preservar é a isonomia do campeonato. Quando tivermos as condições necessárias dentro dos protocolos de segurança, que se libere para todos clubes — avalia Alexandre Chaves Barcellos, vice-presidente do Inter.
Nesta quarta-feira (23), o Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus, da prefeitura de Porto Alegre, publicou uma nota em que afirma ser "prematuro" permitir o retorno de torcedores à Arena e ao Beira-Rio. O texto ainda complementa, dizendo que a prioridade neste momento é a educação e, na sequência, "os setores que não tiveram ainda oportunidade de funcionar".