O 52º Festival de Cinema de Gramado anunciou nesta quarta-feira (17) os 12 concorrentes na mostra nacional de curtas-metragens brasileiros e os cinco documentários selecionados, completando a lista de filmes em competição — no dia 9 de agosto, haviam sido divulgados os longas de ficção nacionais e gaúchos que brigarão pelos Kikitos, assim como os curtas do RS que disputarão o Troféu Assembleia Legislativa. O evento na cidade serrana será realizado de 9 a 17 de agosto.
A lista foi revelada em encontro no hotel Laghetto Stilo São Paulo, na capital paulista, com a presidente da Gramadotur (autarquia responsável pelo festival), Rosa Helena Volk, os curadores Caio Blat (ator e diretor) e Marcos Santuario (crítico), a atriz e diretora Bárbara Paz (representando a diretoria da Academia Brasileira de Cinema) e André Saddy, presidente do Canal Brasil. Houve o anúncio de uma importante mudança na programação: além das exibições no Canal Brasil, os 12 curtas brasileiros serão apresentados em duas sessões presenciais, no Palácio dos Festivais, nos dias 12 e 13. A disputa de documentários segue sendo exclusiva do Canal Brasil, de 12 a 16 de agosto, às 20h20min.
— Junto às entidades, a APTC-RS (Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos), o SIAV-RS (Sindicato da Indústria Audiovisual), a Fundacine e a ACCIRS (Associação de Críticos de Cinema do RS), entendemos que a mostra de curtas brasileiros é um elemento importante para tornar Gramado uma janela de encontro de novos talentos com grandes nomes do cinema nacional e uma oportunidade ímpar para a divulgação do formato para o grande público. Assim, conseguimos manter a exibição da mostra dentro da programação do evento, em caráter presencial — comentou a presidente da Gramadotur.
Para a competição de documentários, Blat e Santuario analisaram 158 filmes e elencaram Clarice Niskier: Teatro dos Pés à Cabeça (RJ), de Renata Paschoal; Mestras (PA), de Roberta Carvalho; Poemaria (SP), de Davi Kinski; Toquinho Maravilhoso (SP), de Alejandro Berger Parrado; e Velho Chico, a Alma do Povo Xokó (SE), de Caco Souza.
A seleção dos curtas brasileiros foi feita por Daniela Siqueira, Daniela Strack, Fernanda Rocha e Daniel Rodrigues, que avaliaram 679 produções. Dois dos títulos escolhidos são do Rio Grande do Sul (confira a lista completa logo abaixo). Ana Cecília, de Julia Regis, traz no elenco Luiza Quinteiros, Amanda Grimaldi, Áurea Baptista e Márcia Cordioli. A sinopse diz: "A pequena cidade onde Ana Cecília vive não comporta seus sonhos. Entre rusgas com a irmã mais velha e a descoberta do primeiro amor, ela depara com os desafios de entender quem é, dentro e fora da sua família".
Em Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta, "ao reviver memórias, imagens e conversas, a skatista de downhill Melissa busca construir uma homenagem para seu amigo Pastrana. Conforme resgata o passado, com a ajuda de seus amigos e familiares, a presença inerente de Pastrana a ajuda a preencher o silêncio e a melhor compreender o tempo".
O personagem retratato no filme é o skatista catarinense Allysson Nascimento, mais conhecido como Allysson Pastrana, que morreu aos 18 anos, em novembro de 2018, após grave acidente durante o Mundial de Skate Downhill na Vista Chinesa, Zona Sul do Rio. Fã do piloto de acrobacias estadunidense Travis Pastrana, o brasileiro disputava a segunda bateria das quartas de final, quando, na última curva do trajeto, uma moto da organização, que subia fazendo o caminho contrário, se chocou com ele. De acordo com relatos, Allysson estava a quase 90km/h na descida, enquanto a moto tinha velocidade próxima a 60km/h.
Os 12 curtas nacionais
- A Casa Amarela (PR), de Adriel Nizer
- A Menina e o Pote (PE), de Valentina Homem
- Ana Cecília (RS), de Julia Regis
- Castanho (AM), de Adanilo
- Fenda (CE), de Lis Paim
- Maputo (SP), de Lucas Abrahão
- Movimentos Migatórios (BA), de Rogério Cathalá
- Navio (RN), de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real
- Pastrana (RS), de Melissa Brogni e Gabriel Motta
- Ponto e Vírgula (RJ), de Thiago Kistenmacker
- Ressaca (MG), de Pedro Estrada
- Via Sacra (DF), de João Campos