Na próxima semana, a última antes do recesso de julho, os deputados estaduais terão pela frente uma série de projetos decisivos e com impacto para os próximos meses e anos no Rio Grande do Sul. O principal (e mais polêmico) entre eles é a proposta que autoriza o Estado a investir R$ 495,1 milhões em rodovias federais. O projeto já tramitou em regime de urgência e acabou não sendo votado por falta de consenso, em maio. Mas agora, segundo o líder do governo na Assembleia, Mateus Wesp (PSDB), o Piratini avançou nas tratativas e contabiliza os votos necessários para colocar o texto em votação.
— A quem interessa não investir nas duas principais rodovias do Estado? Os que estão contra são por desinformação ou por outras razões — diz Wesp.
A proposta sobre o investimentos nas BRs 116 e 290 é um dos quatro projetos que passam a trancar a pauta de votações da Assembleia na próxima terça-feira (12). Outra proposição estratégica para o governo estadual é a que permite a contratação de empréstimo de US$ 500 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para pagamento de precatórios.
Para entrar em recesso, os deputados precisam aprovar até o dia 15 de julho o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que baliza as despesas e a receita do Estado em 2023. Pela ordem de votação, a LDO só pode ser apreciada depois dos projetos que estão em regime de urgência e trancam a pauta. Como o governo pretende colocar todas as propostas em votação ainda na terça-feira, uma sessão extraordinária foi convocada para as 10h.
Apesar de o Piratini dizer que tem os votos necessários para aprovar o projeto das rodovias, a base do governo dá sinais de indecisão e falta de consenso. Maior bancada aliada, o MDB, com oito deputados, deve se reunir na próxima segunda-feira (11) ou na terça para discutir o assunto. O PP, com sete cadeiras, também discute o texto na semana que vem. Já o PSDB deve dar todos os seis votos a favor. Na oposição, o PT avisou que votará contra. O PDT também avaliará novamente o assunto na terça - inicialmente, a legenda havia sinalizado que votaria contra.
Wesp refuta a possibilidade de retirar a urgência do projeto das rodovias. O deputado do PSDB diz que não faz sentido adiar a votação porque, a cada mês que passa, diminui a capacidade do Dnit de executar ainda em 2022 os recursos que viriam do Estado para as obras federais.