O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Donald Trump assume na próxima segunda-feira (20) o seu segundo mandato na presidência dos Estados Unidos. Desde meados de novembro, após o resultado das eleições, o republicano começou a anunciar os nomes que vão compor o quadro de secretários.
Muitos ainda precisam passar pela aprovação do Senado, porém a coluna reuniu abaixo os nomes. Veja em ordem alfabética:
Brendan Carr — chefe da Comissão Federal de Comunicações
Trump anunciou Brendan Carr para chefiar a Comissão Federal de Comunicações (FCC). O órgão funciona como a Anatel nos Estados Unidos. Carr é um crítico das big techs e já atuou na FCC em 2017. Nos últimos anos reforçou a parceria com Elon Musk. O presidente eleito afirmou que Carr é “um guerreiro pela liberdade de expressão”.
Brooke Rollins — secretária de Agricultura
A ex-assessora política, Brooke Rollins, foi escolhida por Trump para secretária do Departamento de Agricultura. Ela já esteve presente no primeiro mandato do republicano, quando atuou como diretora do Conselho de Política Doméstica da Casa Branca.
Chris Wright — secretário de Energia
Trump indicou o executivo de combustíveis fósseis Chris Wright como o secretário de energia. CEO da Liberty Energy e doador da campanha do republicano, é um defensor dos combustíveis fósseis e diz que eles são necessários para tirar o mundo da pobreza.
Doug Burgum — secretário do Interior
Trump indicou o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, para o Departamento do Interior, área do governo que atua com a produção energética. Burgum é notoriamente conhecido por defender a exploração de combustíveis fósseis nos EUA, em busca de autonomia nacional.
Elise Stefanik — embaixadora dos EUA na ONU
Trump escolheu a deputada republicana Elise Stefanik para o cargo de embaixadora na ONU. Ela é considerada a 4ª Congressista mais importante do Partido Republicano e foi uma feroz defensora de Trump durante o processo de impeachment em 2019. Em 2020, ela foi se opôs a certificação do então eleito presidente Joe Biden.
Elon Musk e Vivek Ramaswamy — conselheiros do Doge
O bilionário e dono do X, Elon Musk, e o também bilionário Vivek Ramaswamy comandarão o Departamento de Eficiência do Governo — conhecido pela sigla Doge. Segundo Trump, os dois serão responsável por "abrir caminho" para que o governo “desmantele a burocracia do governo, reduza os excessos de regulamentação, corte gastos desnecessários e reestruture as agências federais”.
Musk teve participação ativa durante toda a campanha de Trump. Ele também é dono da Tesla, da SpaceX. Ramaswamy é estreante na política. Ele fez fortuna na área de biotecnologia e, apesar de ser filho de indianos que foram morar nos EUA, sua principal bandeira o discurso anti-imigração.
Howard Lutnick — Secretário de Comércio dos EUA
Howard Lutnick deverá assumir a Secretaria de Comércio do país. Ele é CEO da Cantor Fitzgerald, uma corretora de serviços financeiros especializada em patrimônio institucional, rendas fixas, investimentos e financiamento comercial.
John Ratcliffe — chefe da CIA
Para o cargo de cheia da CIA, Trump escolheu o ex-diretor de inteligência: John Ratcliffe. A CIA é a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, responsável por coletar informações para a segurança do país no mundo inteiro.
Ex-congressista pelo Texas, é considerado um nome próximo e fiel ao presidente eleito. Durante o primeiro mandato de Trump, o Ratcliffe foi acusado pelos democratas de ter politizado o cargo o qual ocupava.
Karoline Leavitt — secretária de imprensa da Casa Branca
Após ter atuado como porta-voz da campanha, Karoline Leavitt foi anunciada secretária de imprensa da Casa Branca para o segundo mandato de Donald Trump. Ela será a pessoa mais jovem a ocupar o cargo e anteriormente, trabalhou como assistente de imprensa de Trump durante seu primeiro mandato.
Kristi Noem — secretária de Segurança Interna
A governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem, será próxima secretária do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Entre as suas funções, será de supervisionar a agência responsável por questões que vão desde a proteção de fronteiras e imigração até a resposta a desastres e o Serviço Secreto dos EUA.
Fortemente alinhada a Trump, ganhou destaque nacional quando se recursou a impor uma ordem estadual de uso de máscara durante a pandemia de Covid-19. Em 20224, chegou a ser cotada para ser a vice na chapa republicana, porém a publicação de seu livro de memórias resultou em uma repercussão negativa, quando descreveu que matou a tiros seu cão por ele não estar demonstrando sinais de ser um animal de caça ideal.
Lee Zeldin — chefe da Agência de Proteção Ambiental
A pauta ambiental segue sendo uma incógnita durante a gestão Donald Trump. Além de anunciar que sairá do Acordo de Paris, o republicano deve reverter uma série de medidas ambientais tomadas durante o governo Biden. Para a pasta, Trump escolheu o ex-deputado republicano Lee Zeldin.
Em 2022, quando se candidatou a governador de Nova York, Zeldin se posicionou contrário a uma medida do Estado que buscava proibir a venda de carros movidos a gasolina até o ano de 2035.
Linda McMahon — secretária de Educação
Trump, nomeou Linda McMahon, a copresidente de seu comitê de transição, para ser a próxima secretária do Departamento de Educação. Anteriormente, atuou como gestora da Administração de Pequenos Negócios durante o primeiro mandato de Trump.
Lori Chavez-Deremer — secretária do Trabalho
Trump indicou Lori Chavez-DeRemer, do Oregon, para ser secretária do Trabalho. Congressista de um mandato, perdeu a reeleição em seu distrito. Em sua curta passagem pelo Capitólio, estabeleceu um histórico sobre direitos dos trabalhadores e questões trabalhistas organizadas.
Marco Rubio — secretário de Estado dos EUA
O senador Marco Rubio foi indicado pelo presidente eleito Donald Trump para ser o novo de secretário de Estado dos Estados Unidos. Nascido na Flórida, será o primeiro latino a ocupar o cargo. Filho de imigrantes cubanos, tem posições agressivas em relação à política externa dos EUA, principalmente aos adversários China, Irã e Cuba.
Rubio chegou a ser cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa do republicano, mas não conseguiu a nomeação já que é do mesmo Estado que Trump, fato que a Constituição americana não permite.
Marty Makary - chefe da FDA
Para comandar a Food and Drug Administration (FDA) — agência equivalente à Anvisa no Brasil — Trump nomeou o cirurgião e professor da Johns Hopkins, Marty Makary. Ele é conhecido por suas críticas às respostas das agências de saúde públicas durante a pandemia de covid-19 e defende uma reforma do sistema de saúde americana.
Michael Waltz — conselheiro de Segurança Nacional
Para o cargo de conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Trump escolheu Michael Waltz, veterano de guerra e congressista da Flórida. Fervoroso defensor de Trump, no caso do impeachment e de Stormy Daniels, é considerado um crítico em relação à China, pediu um boicote dos EUA aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim, devido ao hipótese de envolvimento do país na origem da Covid-19.
A expectativa é de que Watz trabalhe com temas relacionados à guerra na Ucrânia e aos conflitos na Faixa de Gaza. Recentemente, disse que os EUA conta com pressão sobre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para levar Kiev “à mesa de negociações”.
Mike Huckabee — embaixador dos EUA em Israel
Ex-governador do Arkansas Mike Huckabee, foi escolhido por Trump como embaixador dos Estados Unidos em Israel. Ao anunciá-lo, Trump disse que Huckabee ama Israel e seu povo e que terá um importante papel no atual conflito. Ele tem sido um defensor declarado de Israel e um apoiador dos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada.
Evangélico, o futuro embaixador fez carreira como pastor antes de entrar na vida pública. Huckabee já criticou o presidente Joe Biden por pressionar Israel a moderar sua condução na guerra de Gaza. Membros da coalizão de direita de Benjamin Netanyahu saudaram a indicação de Huckabee.
Pam Bondi — procuradora-geral dos EUA
Pam Bondi, ex-lobista, ex-democrata e ex-procuradora-geral da Flórida, foi indicada para ser a nova procuradora-geral dos EUA.
Atuou na primeira equipe de transição de Trump, em 2016, e foi ainda presidente do America First Policy Institute, grupo de ex-funcionários do governo Trump para estabelecer as bases de um possível segundo mandato. Também foi advogada de Trump em seu primeiro processo de impeachment, em 2019, em que o republicano foi absolvido.
Pete Hegseth — secretário de Defesa
O responsável pela Defesa do novo governo Trump será o veterano do Exército Pete Hegseth. Ele atuou no Afeganistão, no Iraque e na Baía de Guatánamo, porém ficou conhecido nacionalmente por ser comentarista da Fox News, canal alinhado aos ideias de Trump.
Ainda é necessário que seu nome passe pelo Senado, porém Hegseth é conhecido pelas críticas aso aliados da Otan, quando chamou os países de "nações hipócritas e impotentes que nos pedem para honrar arranjos de defesa ultrapassados e unilaterais que eles não cumprem mais" e que não estão gastando o suficiente com defesa.
Robert F. Kennedy Jr - secretário de Saúde
Robert F. Kennedy Jr. será o próximo secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. Kennedy é um dos mais ideologistas da conspiração antivacina do país e frequentemente espalha falsas ideias sobre a segurança e eficácia das vacinas.
Ele fundou a organização antivacina Children’s Health Defense. RFK Jr., como é conhecido, é sobrinho do ex-presidente assassinado John F. Kennedy e filho do senador Robert F. Kennedy.
Scott Bessent — secretário do Tesouro dos EUA
Bilionário Scott Bessent foi indicado por Trump como secretário do Tesouro dos Estados Unidos. A função é vista como o principal cargo financeiro em qualquer administração. Bessent já aconselhou Trump sobre política econômica na campanha eleitoral.
Scott Turner — secretário do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano
Ex-jogador da NFL Scott Turner foi escalado como secretário do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano. O atleta serviu na Câmara dos Representantes do Texas de 2013 a 2017. Durante o primeiro mandato de Trump, atuou como diretor executivo do WHORC, um grupo para ajudar as “comunidades carentes em toda a América” do país.
Sean Duffy — secretário de Transportes
Ex-deputado por Wisconsin e apresentador da Fox News, Sean Duffy, foi indicado por Trump para a secretaria de Transportes. Ele será responsável por supervisionará políticas nas áreas de aviação, automotiva, ferroviária, de trânsito e outras políticas de transporte.
Steven Witkoff — enviado especial ao Oriente Médio
Empresário do ramo imobiliário, Steve Witkoff foi escolhido por Trump como enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio. Ao anunciar o nome, o republicado disse que Witkoff seria uma "voz incansável pela paz" na região.
Colega de golfe de Trump, Witkoff teve papel importante para a campanha republicana ao fazer a ponte entre o presidente eleito e a comunidade judaica americana.
Stephen Miller — vice-chefe de governo para política
Stephen Miller será o vice-chefe de governo de Trump. Com apenas 39 anos, foi um dos principais conselheiros do republicano durante o primeiro mandato quando o assunto era migração e fronteiras. Ele está fortemente ligado intrinsecamente a teoria do Make America Great Again (MAGA — Torne a América Grande Novamente, na tradução livre).
Publicações dos noticiários americanos The New Yorker e The Atlantic afirmaram, em seus perfis, que Miller é obsessivo, vingativo e arrogante.
Susie Wiles — chefe de gabinete
O primeiro nome anunciado por ele foi de Susie Wiles, na chefia de gabinete. Ela é a principal arquiteta das campanhas republicanas e já atuou com Trump na campanha de 2016, quando ele venceu a democrata Hillary Clinton. Em 2020 repetiu o trabalho, apesar de perder para Joe Biden. No pleito de 2024, seu trabalho ajudou-o a levar a vitória. Ainda no discurso de vitória, Trump a descreveu como "a donzela de gelo".
Tom Homan: chefe da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA
Tom Homan será o responsável pelo controle de fronteiras e imigração dos Estados Unidos. Entre 2017 e 2018, ele chegou a ser, de forma temporária, diretor de Imigração e Fiscalização. Ele estará encarregado de supervisionar as fronteiras sul e norte dos EUA.
Ao anunciar o nome de Homan na rede social Truth Social, Trump se referiu a ele como "czar da fronteira". Ex-policial no Estado de Nova York, assim como agente de patrulha de fronteira, ele trabalhou no governo de Barack Obama, quando dirigiu a divisão de deportações do da agência a qual será chefe.
Tulsi Gabbard — Diretora de Inteligência Nacional
Ex-deputada por quatro mandatos, candidata à presidência em 2020 e autora best-seller, Tulsi Gabbard foi indicada para a Diretoria de Inteligência Nacional. Ela é veterana com três missões em zonas de guerra no Oriente Médio e na África. Serviu nas Forças Armadas por mais de duas décadas, sendo atualmente tenente-coronel da Reserva do Exército dos EUA.
William McGinley — conselheiro da Casa Branca
Ex-secretário de gabinete da Casa Branca em parte do primeiro mandato de Trump e ex-conselheiro externo do Comitê Nacional Republicano para “integridade eleitoral” durante as eleições de 2024, William McGinley agora será conselheiro da Casa Branca na nova gestão republicana.