Com uma premiação polpuda ao vencedor, a prefeitura de Porto Alegre pretende lançar ainda neste ano um concurso internacional para selecionar o melhor projeto de revitalização do Arroio Dilúvio. A expectativa é receber propostas de escritórios de arquitetura do mundo inteiro.
Com base nas diretrizes que o edital vai prever, os candidatos deverão apresentar alternativas para transformar o Dilúvio em uma espécie de parque ao longo da Avenida Ipiranga. O objetivo, em resumo, é integrar o riacho à cidade, com gramados à beira d'água, arquibancadas e equipamentos que podem ir de pedalinhos a restaurantes.
Mas, para garantir esse nível de interação com o público, é imprescindível que o arroio esteja menos poluído. E a solução para isso já foi apresentada à prefeitura: o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, que trabalha no estudo para embasar o edital, propôs um sistema envolvendo ecobarreiras, tanques de aeração e plantas capazes de filtrar impurezas.
– É a saída que encontramos para que as pessoas possam ter contato com a água, mesmo que, em um primeiro momento, não seja possível desviar todo o esgoto que hoje desemboca ali – diz o engenheiro civil Fernando Dornelles, professor que coordena o projeto de revitalização do Arroio Dilúvio no IPH.
A ideia é que os participantes do concurso apresentem projetos para toda a extensão do arroio, da nascente até a foz, mas com divisões por módulos. Ou seja: a prefeitura poderá executar a obra aos poucos, já que seria inviável bancar tudo de uma vez só. Até agora, o trecho mais comentado para dar início à revitalização fica entre a PUCRS e o Bourbon Ipiranga.
– Mas também me agrada começar pela foz, mais perto da Orla. Isso é o de menos, o que importa é o projeto andar – avalia o secretário de Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer.
Segundo ele, o município está buscando com um banco internacional o recurso que será destinado à premiação do projeto vencedor. Ainda não há definição sobre o valor.