Está marcada para sexta-feira (4), no gabinete do prefeito Sebastião Melo, a apresentação de um projeto promissor para o Arroio Dilúvio. Se for adiante, Porto Alegre enfim começa a reconhecer o riacho como um patrimônio ambiental, estético e até turístico da cidade.
Professores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, conforme adiantou a repórter Jéssica Rebeca Weber em GZH, trabalham desde dezembro em um plano para despoluir e urbanizar um trecho do Dilúvio. São pouco mais de dois quilômetros, entre a PUCRS e o Bourbon Ipiranga.
Parece pouco, mas é justamente esse caráter piloto, sem prometer soluções de uma ponta à outra, que torna a proposta exequível. O próprio Melo reconhece que, quando era vice-prefeito, na gestão Fortunati, outras iniciativas mais ambiciosas morreram na praia.
– Tinha um projeto bom, da PUCRS e da UFRGS, mas, como envolvia o arroio inteiro, os custos eram altos demais – disse o prefeito à coluna.
O diferencial desta vez, além do trecho menor, é o apelo urbanístico da proposta: em uma cidade acostumada a tratar o Dilúvio como um valão, ver imagens do riacho despoluído e integrado à paisagem da Avenida Ipiranga – com gramados à beira d'água, arquibancadas e até pedalinhos – chega a ser comovente.
Porque a vocação do Arroio Dilúvio está exatamente aí. É um privilégio para Porto Alegre ter um pedaço de natureza, onde nadam peixes e pousam garças, em meio ao cinza frio de um dos pontos mais movimentados da cidade.
– Existe disposição do governo de enfrentar esse tema e, inclusive, buscar financiamento para as obras. Mas precisamos de um projeto que pare em pé – diz Sebastião Melo.
É o que os pesquisadores da UFRGS, na apresentação de sexta-feira (4), pretendem mostrar.