A proposta de revitalização de um trecho de 2,2 quilômetros do Arroio Dilúvio foi apresentada na sexta-feira (4) ao prefeito Sebastião Melo e secretários municipais e, na segunda-feira (7), ao secretário estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb. A ideia arquitetada pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) e o Núcleo de Tecnologia Urbana (NTU) da UFRGS inclui a limpeza do arroio no entorno da PUCRS a fim de propiciar um contato secundário - seria possível chegar perto do Dilúvio, molhar os pés e até andar de pedalinho.
O projeto inclui passeios em um nível inferior à pista da Avenida Ipiranga, com calçada, gramados e canteiros de plantas. Para ele decolar, depende do interesse do Poder Público.
- A gente viu que ficaram satisfeitos, elogiaram bastante - comenta o engenheiro civil Fernando Dornelles, professor associado do IPH.
Também foi exposta uma estimativa de custos do projeto: cerca de R$ 93 milhões.
- É um custo por quilômetro similar ao custo da revitalização da orla do Guaíba - explica Dornelles, acrescentando que o valor também vai depender do que será proposto no projeto paisagístico.
Se as autoridades comprarem a ideia, devem oferecer recursos para a elaboração de um anteprojeto, mais técnico, com medições exatas do espaço, estipulando as diretrizes e condicionantes para a contratação e elaboração do projeto paisagístico - o segundo passo. Depois, seria feito o projeto executivo e a contratação de empresa para as obras.
O secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, afirma que as reuniões com o IPH devem continuar, ao passo que também será realizada reunião interna da prefeitura para falar sobre recursos para a obra.
- O prefeito deu sinal verde para seguir a avaliação, nós temos interesse - ressalta Schirmer.
Ele afirma que devem avaliar também outras alternativas para melhorar as condições do Dilúvio, incluindo propostas mais antigas para promover a despoluição como um todo, e não apenas de um trecho - ele destaca que o trecho 2 da Orla a ser revitalizado, que deve ser licitado neste ano ainda, é diretamente afetado pela “língua preta” que avança pelo Guaíba junto à foz do Dilúvio.
O secretário estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, também aprovou a ideia.
- O governo tem, sim, interesse, pela questão da sustentabilidade e recuperação do arroio. Continuaremos a conversar, para aprimorar os requisitos de uma recuperação dele.