Li outro dia reportagem sobre o homem mais solitário do planeta, um indígena primitivo que vive isolado em Rondônia, na Amazônia brasileira, sem contato com qualquer outro ser humano. Segundo os pesquisadores do movimento Survival, que defende o direito das comunidades indígenas de viverem em suas terras do modo como viveram seus antepassados desde o início dos tempos, o homem conhecido como Índio do Buraco é o único remanescente de uma pequena tribo dizimada por pistoleiros e por doenças transmitidas pelos operários que invadiram a selva para construir a rodovia BR-364. Seu apelido advém do costume, identificado pela Funai, de cavar tocas para capturar animais ou para se esconder. Ninguém sabe ao certo que idioma ele fala (se é que fala sozinho) nem o povo a que pertenceu. Mas o sujeito está lá, já foi até fotografado através das palhas de uma precária cabana que construiu em um de seus esconderijos cavernosos.
O céu dos solitários
Essa Porto Alegre de tantos moradores de rua me dói e me desconcerta
Estou convicto de que não basta expulsá-los de suas tocas para desobstruir o caminho dos que querem ir e vir sem tropeçar na própria consciência