Foi surpreendente a reação do mercado financeiro, na terça-feira (20), ao acordo fechado para aprovar a PEC da Transição na Câmara dos Deputados. Além dos R$ 168 bilhões já chancelados pelo Senado, o futuro governo ainda deve levar R$ 9,85 bilhões do pouco mais da metade (50,77%) que lhe coube na divisão do orçamento secreto de R$ 19,4 bilhões previsto para 2023.
Nesta quarta-feira (21), segue de bom humor, com chance até de o dólar testar a barreira psicológica de R$ 5 (na metade da manhã, cai 0,5%, para o nível de R$ 5,18. A bolsa, por sua vez, encontra ânimo para abrir em alta de 0,6% novamente. A maior "desidratação" da PEC foi no prazo: apenas um ano, em vez dos dois aprovados no Senado, dos quatro encaminhados ao Congresso e da "vida toda" que chegou a ser ensaiada.
Na terça-feira (20), o dólar chegou a ser negociado abaixo de R$ 5,20 - bateu em R$ 5,177 no início da tarde. Acabou fechando com baixa expressiva de 1,93%, para R$ 5,207. A bolsa já havia aberto em alta, como no dia anterior, atingiu a máxima diária às 15h54min, com 107.506 pontos, e encerrou o dia com alta de 2,03%, em 106.864. Até os juros futuros, que foram muito pressionados pela preocupação do aumento da dívida pública, cederam.
Embora a quantia que ficará liberada para gastos do Executivo em 2023 tenha ficado R$ 9,85 bilhões acima do que foi aprovado no Senado e acabe somando quase R$ 178 bilhões, analistas ponderam que a redução de prazo encolhe quase pela metade o valor total da conta apresentada pelo Senado. Como a preocupação sobre a expansão da dívida é de médio prazo, foi esse fator que ajudou a melhorar os ânimos no mercado financeiro.