Coronavírus 1
A semana começou sob o impacto da disseminação do coronavírus na Europa. As bolsas tiveram perdas sucessivas só compatíveis com períodos de crise global, refletidas em quedas acima de 3% e pouco abaixo de 5%. Na avaliação do mercado, há risco de desaceleração do crescimento da economia global por redução no turismo, suspensão de eventos, gastos absorvidos por infraestrutura sanitária e parada em linhas de produção.
Coronavírus 2
O contágio do medo do coronavírus não se restringiu ao mercado financeiro. Nas indústrias, há temor de que a falta de insumos chineses, pela longa parada na produção, force adoção de férias coletivas e até redução de quadro de pessoal em empresas gaúchas. O cenário é resultado da combinação entre a grande dependência de componentes chineses e a estratégia de fabricação sem estoques, adotada entre os anos 1980 e 1990 com base nos modelos japoneses. O pior cenário é nos segmentos eletroeletrônico, metalmecânico e têxtil.
Bolsonaro e os riscos de 15/3
Com o país já em fase turbulenta, tanto por efeito da turbulência no mercado quanto por estremecimentos no governo, o presidente Jair Bolsonaro tensionou a relação com o Congresso. Compartilhou vídeo que convoca para protesto contra o Poder Legislativo marcado para 15 de março. Depois, alegou ter sido uma ação pessoal, não institucional, mas como o presidente da República não tem folga da faixa, foi interpretado como agressão a outro poder. O estresse com líderes parlamentares eleva risco de o Planalto ter ainda mais dificuldade com reformas.
Gaspetro à venda antes da Sulgás
Não deu certo a tentativa de privatização conjunta da Sulgás. A Petrobras colocou à venda sua subsidiária Gaspetro, dona de 49% da estatal gaúcha. A decisão cria uma situação curiosa: quando o controle da Sulgás for ofertado, é possível que a distribuidora já tenha uma sócia privada. Complica um pouco o cenário, mas no mercado a avaliação é de que a empresa ainda tem bom potencial.